Conselho aprova tombamento de Remanescentes do Teatro de Cultura Artística, em São Paulo

Teatro de Cultura Artística, em São Paulo.Marco na história contemporânea das práticas artísticas do Brasil, sendo um símbolo do movimento espontâneo da sociedade para o desenvolvimento de atividades culturais, o antigo Teatro de Cultura Artística, em São Paulo, tem sua proposta de tombamento aprovada por unanimidade na 81ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que acontece nesta quarta-feira, 25 de novembro, em Brasília. O pedido encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pela Sociedade de Cultura Artística (SCA), busca o reconhecimento do espaço por seu grande valor histórico e artístico. 

Inaugurado em 1950, o salão principal dispunha de 1,6 mil lugares e um auditório com 450 cadeiras. Já o painel na entrada do Teatro, com 48 metros de largura e 8 metros de altura, é uma arte à parte. Três artistas plásticos foram convidados para elaborar um desenho que sintetizasse as atividades da Sociedade de Cultura Artística em sua nova sede: Roberto Burle Marx, Di Cavalcanti e Jacob Ruchti. 

O trabalho de Di Cavalcanti foi o escolhido, e ali desenhado belas mulheres, as musas inspiradoras da arte. A mitologia grega descreve nove musas, filhas de Zeus e Mnemosine, a deusa da memória: Calíope (eloquência), Clio (história), Erato (poesia lírica), Tália (comédia), Euterpe (música), Terpsícore (dança), Polímnia (música), Urânia (astronomia) e Melpômene (tragédia). 

Foi com seu impressionante painel, intitulado Alegoria das Artes, montado acima da entrada do edifício, que o Teatro Cultura Artística abriu suas portas ao público, no dia 8 de março de 1950. Assim, a faixada e o painel de Di Cavalcanti serão apreciados pelo Conselho Consultivo como novos bens protegidos em âmbito federal. 

A trajetória Ilustre
Em 1912 foi fundada a Sociedade de Cultura Artística (SCA), uma organização não governamental, de interesse público de grande porte no setor cultural, que tinha como principal objetivo o apoio à arte brasileira. A SCA dedicava-se a realizar apresentações voltadas às manifestações tradicionais com os mesmos cuidados exigidos em atrações eruditas.

As obras do Teatro começaram em 1947 e foram três anos para concretizar uma concepção que nasceu ainda em 1919, quando foi comprado o terreno à Rua Florisbela, impulsionado principalmente por Nestor Pestana, primeiro secretário e principal executor das ações da Sociedade. Coube a Ricardo Severo elaborar o projeto monumental, no entanto, os efeitos da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) levou à interrupção do projeto de construção. 

Com a Segunda Guerra Mundial e o período de prosperidade, foi encomendado novo projeto à Rino Levi, que ficou engavetado até a queda do regime ditatorial de Vargas, quando finalmente foi aprovado em 1945. 

Ao longo do tempo, o Teatro sofreu danos graves, como a queda de parte do telhado em 1955, exigindo investimentos para sua manutenção, por meio de aluguel à TV Excelsior até 1970. Após a devolução do imóvel, Rino Levi e Roberto Cerqueira César elaboraram projeto para reforma do Teatro que foi reaberto em 1977 até 2008, quando ocorreu o incêndio que destruiu sua parte interna, ficando preservado somente a fachada, foyer e o painel de Di Cavalcante na fachada.

Um novo projeto foi elaborado pelo sócio de Roberto Cerqueira César, Paulo Bruna. A prefeitura de São Paulo desapropriou os terrenos ao lado, o que permitiu uma vista mais ampla do teatro, a partir da Praça Roosevelt. 

Conselho Consultivo
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

Serviço:
Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
Data: 
25 de novembro de 2015, às 17h
Local: Sede do Iphan - SEPS 713/913 Bloco D – Ed Iphan – Asa Sul - Brasília – DF

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