Publicação ressalta diferentes olhares sobre comunidade da Serra da Capivara (PI)

Diferentes percepções sobre o território da Serra da Capivara. Este é o resultado de construção coletiva entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), universidades, instituições da sociedade civil, pesquisadores e detentores do patrimônio cultural, apresentadas no livro Sentidos do Patrimônio: Parque Nacional da Serra da Capivara Comunidade São Vitor.

A publicação, que em breve estará disponível online, traz ao longo de seis capítulos um enfoque de educação patrimonial ao somar as narrativas dos moradores com as científicas e acadêmicas sobre o mesmo território. Segundo uma das organizadoras do livro e chefe do escritório técnico do Iphan em São Raimundo Nonato no Piauí, Ana Stela Negreiros Oliveira, “é importante o desenvolvimento de projetos educativos que incentivem a apropriação dos bens culturais que fazem parte da memória e da história das comunidades do entorno do Parque”, disse. O livro apresenta em seu cerne os resultados dos trabalhos de extensão desenvolvidos pelo curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial (UNIVASF).

A coordenadora de Educação Patrimonial do Iphan, Sônia Florêncio, explica que a Educação Patrimonial é um processo permanente para obtenção dessa abordagem dialógica e de construção coletiva das políticas de identificação, proteção, apropriação e valorização do patrimônio cultural. “A efetividade de uma política pública relaciona-se, diretamente, à capacidade de a sociedade participar, decidir e avaliar ações e serviços prestados por ela. Assim, foi fundamental um olhar atento dos organizadores voltado aos espaços da vida dessas pessoas, buscando identificar essas referências culturais que formam o patrimônio do local como algo coletivo”, conclui.

O livro que contou com a participação de diversos especialistas em áreas como patrimônio,  arqueologia, história, paleontologia, meio ambiente e memória, revela, por exemplo, o conhecimento sobre o território desde a ocupação indígena de diversos povos, especialmente dos Pimenteira que lá permaneceram por mais tempo, até a consolidação das fazendas de gado – onde está hoje o povoado de São Vitor que luta pela oficialização do território Quilombola. Também é destacada a presença dos jesuítas na região e a condição dos trabalhadores negros na Província do Piauí que, após libertos, permaneceram com similares condições de trabalho e vida.

Lançamento
O lançamento foi realizado no dia 17 de outubro, na Praça da Igreja, na Comunidade São Vitor, no município de São Raimundo Nonato e contou com a população e alunos da escola local. Além da exibição de vídeos, também palestraram sobre a importância da pesquisa e da publicação a chefe do escritório técnico do Iphan, Ana Stela de Negreiros Oliveira, e a professora Nívia Paula Dias de Assis, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).  Também estiveram engajados no evento os autores Adonias Galvão (mestrando PEP/Iphan) e Bruno Vitor de Farias Vieira (doutorando em Arqueologia pela UFS).

Parque Nacional Serra da Capivara
O Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no estado do Piauí, foi criado em 1979, para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Por sua importância, a Unesco o inscreveu na Lista do Patrimônio Mundial em 13 de dezembro de 1991. A gestão do Parque enquanto Unidade de Conservação, é compartilhada entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM); e a conservação e preservação dos sítios arqueológicos, enquanto Patrimônio Nacional e da Humanidade, está sob responsabilidade do Iphan.

Em 1993, o Parque passou a constar do Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, do Iphan. Na área tombada foram localizados cerca de 400 sítios arqueológicos. A maioria deles contém painéis de pinturas e gravuras rupestres de grande valor estético e arqueológico. A área faz parte de um dos 63 parques nacionais do Brasil e está entre as dez que protege a caatinga, sendo constituída de quase 40% da caatinga protegida no país.

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