Projeto de Educação Patrimonial no Piauí fortalece relação entre comunidade e Patrimônio Cultural

Um projeto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Piauí está aproximando comunidades de seu Patrimônio Cultural e Ambiental. Os moradores da pequena cidade de São Raimundo Nonato, distante cerca de 520 quilômetros da capital Teresina, possuem o privilégio da proximidade e a responsabilidade de preservar o Parque Nacional Serra da Capivara, que apresenta os vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul.

O parque, considerado em 1991 pela UNESCO como Patrimônio Mundial, e o Museu do Homem Americano têm recebido visitas guiadas pelo Iphan como parte da iniciativa de educação patrimonial que conta com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) e da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM).

Na ocasião, técnicos do Iphan e estudantes do curso de Graduação em Arqueologia, realizaram esclarecimentos sobre a importância histórica e antropológica do ambiente por se tratar de vestígios que contribuem para a compreensão da história da humanidade. O objetivo de fortalecer a relação de pertencimento e valoração da comunidade com o seu patrimônio tem promovido ainda uma maior consciência e interação responsável entre o homem de agora e os vestígios do passado que, junto com as pinturas rupestres, guardam a memória de várias gerações e povos que habitaram essa região.

“As ações buscam possibilitar a interação do homem com o patrimônio de uma maneira lúdica, dinâmica, intensa e transformadora”, explica a chefe do escritório técnico do Iphan em São Raimundo Nonato, Ana Stela de Negreiros Oliveira. “Estamos trabalhando também com visitas às escolas da zona urbana e da rural, quando então são realizadas palestras, oficinas de pintura, desenho, modelagem em argila e de jogos educativos”, afirma. 

Foram mais de 1,5 mil alunos contemplados pelo projeto, que esteve presente em seis escolas da zona rural e três da zona urbana dos municípios de São Raimundo Nonato e de São Lourenço do Piauí, além de ações junto ao SESC de São Raimundo Nonato.  Em todas as ações participam coordenadores e professores das escolas da rede municipal de ensino e estudantes do curso de Arqueologia da UNIVASF, sendo o material educativo produzido pelo Iphan e pela FUMDHAM. Entre eles estão o jogo de memória com representação das pinturas rupestres da Serra da Capivara e o jogo A onça e os cachorros. Na região do Parque Nacional Serra da Capivara, esse e outros jogos eram muito populares entre as famílias e os tabuleiros aparecem gravados em rochas dos sítios arqueológicos.
 
Nestes encontros, foram distribuídas publicações relacionadas ao patrimônio para as bibliotecas das escolas. Entre elas, está o livro recém lançado Sentidos do Patrimônio: Parque Nacional da Serra da Capivara Comunidade São Vitor. A publicação, que em breve estará disponível online, traz ao longo de seis capítulos um enfoque de educação patrimonial ao somar as narrativas dos moradores com as científicas e acadêmicas sobre o mesmo território.

A coordenadora de Educação Patrimonial do Iphan, Sônia Florêncio, explica que a Educação Patrimonial é um processo permanente para obtenção dessa abordagem dialógica e de construção coletiva das políticas de identificação, proteção, apropriação e valorização do patrimônio cultural. “A efetividade de uma política pública relaciona-se, diretamente, à capacidade de a sociedade participar, decidir e avaliar ações e serviços prestados por ela. Assim, foi fundamental um olhar atento dos organizadores voltado aos espaços da vida dessas pessoas, buscando identificar essas referências culturais que formam o patrimônio do local como algo coletivo”, conclui. 

Junto com a FUMDHAM, o projeto, que terá continuidade em 2018, também reuniu as profissionais agentes de portaria que trabalham em guaritas distribuídas no Parque Nacional da Serra da Capivara para conhecer outros locais do parque além do seu local fixo de trabalho. A ação foi estendida aos familiares destas profissionais que também participaram das visitas guiadas a outros sítios arqueológicos do Parque Nacional, como também ao Museu do Homem Americano.  

Parque Nacional Serra da Capivara
O Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no estado do Piauí, foi criado em 1979, para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. A gestão do Parque enquanto Unidade de Conservação, é compartilhada entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a FUMDHAM; e a conservação e preservação dos sítios arqueológicos, enquanto Patrimônio Nacional e da Humanidade, está sob responsabilidade do Iphan.

Em 1993, o Parque passou a constar do Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, do Iphan. Na área tombada foram localizados cerca de 400 sítios arqueológicos. A maioria deles contém painéis de pinturas e gravuras rupestres de grande valor estético e arqueológico. A área faz parte de um dos 63 parques nacionais do Brasil e está entre as dez que protege a caatinga, sendo constituída de quase 40% da caatinga protegida no país.

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