História - Cataguases (MG)

Entre 1809 e 1810, vários padres - atraídos por relatos que indicavam a existência de diamantes na região - aportaram no rio Pomba, em local que passou a ser chamado de Porto dos Diamantes, onde colonizadores viviam próximos às aldeias de índios Coroados, Carapós e Puris. Aventureiros que buscavam riquezas nessa região, retiraram o peso de meia pataca* de ouro em uma só bateada nas areias de um ribeirão próximo, afluente do rio Pomba, que ficou conhecido como ribeirão Meia Pataca. 

Durante a construção da estrada que ligaria Minas Gerais a Campos de Goitacazes (província do Rio de Janeiro), Guido Tomaz Marlière - coronel francês a serviço do Império do Brasil, comandante das divisões militares do rio Doce, diretor-geral dos índios e inspetor da estrada -, chegou ao Porto dos Diamantes onde comandou a construção de uma igreja consagrada a Santa Rita de Cássia e fundou o Arraial Santa Rita de Meia Pataca (ou Meia Pataca*). 

Por volta de 1828, surgiu o arraial que originou Cataguases e se desenvolveu a partir de cuidadoso plano urbanístico, elaborado pelo coronel Marlière. As edificações erguidas no povoado seguiram normas que resultaram em um traçado regular da sua malha urbana central. O clima quente e úmido, além do tipo de solo (rico em húmus pela presença das matas) fizeram com que um grande número de fazendeiros prosperasse, aumentando as colheitas de cereais, principalmente, as de café. 

No início da década de 1840, foi fundada a Fazenda da Glória, nas proximidades do arraial e em área de três alqueires de terra, propriedade do major Joaquim Vieira da Silva Pinto que contribuiu para o desenvolvimento do local. Em 1851, o distrito foi criado com a denominação de Santa Rita de Meia Pataca e, em 1854, foram incorporadas diversas fazendas ao seu território. Em 1877, o arraial foi elevado à Vila de Cataguases e, em 1881, à categoria de cidade.
 
Nessa época, com a inauguração da Companhia Estrada de Ferro Leopoldina, Cataguases se transformou no ponto de embarque e exportação do café produzido na região. Com a ferrovia, a malha urbana se deslocou para as proximidades da estação ferroviária e a chegada dos operários da ferrovia e de comerciantes estimulou o crescimento urbano. Novas edificações foram construídas para atender aos mais recentes moradores da cidade.

A partir de 1905, a economia do café começou a ser substituída pelas indústrias - com destaque para as indústrias têxteis. Na época, ocorreu o êxodo rural e surgiram as vilas operárias. Entre 1925 e 1929, Cataguases viveu um período de intensa efervescência cultural e artística, inclusive com a produção cinematográfica de Humberto Mauro - com Pedro Comello e Eva Nil - e o surgimento do Grupo Literário Verde. 

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