História - Mariana (MG)

A bandeira comandada pelo coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça se fixou à margem de um ribeirão, onde fundou, em 1696, o arraial ao qual deu o nome de Ribeirão do Carmo, em homenagem ao dia de Nossa Senhora do Carmo, iniciando a construção de uma capela provisória no local. O bandeirante Furtado de Mendonça e seus homens encontraram ouro às margens do ribeirão e se fixaram no arraial que se transformaria em um dos principais fornecedores do minério para Portugal. 

O modesto arraial adensava-se dia a dia, atraindo considerável multidão de vários pontos do Brasil e de Portugal, para a exploração das mais importantes jazidas auríferas de Minas, atividade econômica que perdurou por mais de um século e em cujo período floresceram numerosas localidades mineiras. Em 1711, foi elevado à categoria de vila. Durante todo o período do Brasil Colônia foi a primeira vila, a única cidade e a principal capital de Minas Gerais. 

A vila, em pouco tempo, transformou-se em principal centro de comércio e instrução de Minas Gerais. Durante o governo dom Pedro de Almeida Portugal (Conde de Assumar, governador e capitão-mor da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro), ocorreu uma das revoltas contra a cobrança de impostos, o que motivou a criação, em 1720, da Capitania de Minas Gerais.

A partir de 1743, a expansão da localidade a pedido do governo português, subordinou-se à planta elaborada pelo arquiteto português José Fernandes Pinto Alpoim. Em 1745, foi elevada à categoria de cidade, com o nome de Mariana, em homenagem à rainha Maria Ana de Áustria, esposa de D. João V. Mariana foi a primeira vila de Minas Gerais e a primeira localidade da capitania a receber foros de cidade. 

Ainda em 1745, a cidade recebeu o Bispado, mediante bula do Papa Bento XIV, e seu primeiro titular frei Manuel da Cruz. O Bispado, por onde passaram 10 titulares, foi elevado a Arcebispado em 1906, com a posse de dom Silvério Gomes Pimenta. Mariana ficou conhecida, ao longo do tempo, como a “cidade dos bispos”. O florescimento das ordens terceiras, na segunda metade do século XVIII - como ocorreu em outras cidades da capitania e do país - beneficiou Mariana com a construção de seus templos.  

Na Praça João Pinheiro, a poucos metros uma da outra, estão as igrejas erguidas pelas poderosas irmandades de São Francisco de Assis e do Carmo. As igrejas de Nossa Senhora das Mercês e do Rosário, pertencentes às irmandades dos pretos, se distanciam daquelas: a primeira situada a cinco quarteirões da praça e a outra em uma elevação mais afastada. Não tendo alcançado o desenvolvimento de Ouro Preto, Mariana possui menos edifícios civis e templos do que a antiga Vila Rica. 

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