Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Jaguarão (RS)

Ponte Internacional Barão de Mauá - O tombamento da ponte, em 2011, foi uma decisão inédita no Brasil. Construída entre 1927 e 1930, liga as cidades de Jaguarão (Rio Grande do Sul) e Rio Branco (Uruguai), e também é reconhecida como Patrimônio Cultural do Mercosul. Pela ponte eram transportados os produtos oriundos da pecuária, principal atividade econômica, que continua importante, na região. Financiada pelo Uruguai em decorrência de uma dívida de guerra com o Brasil e construída por uma empresa brasileira, uniu fisicamente o que era indissociável culturalmente. 

Como em outros pontos da fronteira entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, as duas cidades estabeleceram sua interdependência, que se estendia por todo o Sul do Brasil devido à implantação da linha férrea que conectou a malha gaúcha ao porto de Montevidéu (capital do Uruguai). Na época da construção, era a maior obra de infraestrutura em concreto armado da América do Sul e a primeira deste tipo construída entre os países da região com o objetivo de aproximá-los política e economicamente A construção da ponte também representa a resistência das elites pecuaristas gaúchas, em constante disputa inicialmente com a Coroa Portuguesa e, mais tarde, com a administração centralizada no Rio de Janeiro e dominada pelos cafeicultores. 

Museu Carlos Barbosa - Antiga residência do ex-governador do Rio Grande do Sul, Carlos Barbosa (1908 - 1913), foi transformada em museu, em 1975. O casarão - construído, em 1886, por Martinho de Oliveira Braga - possui importante acervo com móveis, louças, lustres e máquinas de costura usadas pelas mulheres da família, entre outras peças.  As primeiras lâmpadas e o primeiro telefone da cidade que chegaram foram instaladas na casa e ainda funcionam. 

Teatro Politheama Esperança -  O edifício - construído entre os anos de 1887 e 1897, sob o comando português Martinho de Oliveira Braga - possuía depósito de carbureto, combustível de iluminação, e uma cocheira, situada junto à frontaria dos fundos do prédio. A casa de espetáculos movimenta a fronteira desde fins do século XIX. A posição estratégica de Jaguarão permitiu que a cidade tivesse grande efervescência no campo cultural, devido a passagem das companhias que se deslocavam das grandes cidades brasileiras em direção à Argentina e Uruguai e se apresentavam no local.  No sentido inverso, grupos de artistas da região do Prata chegavam ao município em busca de novos públicos, com espetáculos musicais, dança e dramaturgia.

Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE

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