Patrimônio Imaterial - GO

As ações de documentação do patrimônio imaterial foram iniciadas com o apoio à sistematização da documentação referente ao patrimônio cultural imaterial no Estado de Goiás, concluída em 2007, pelo Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFGO). O Instituto também trabalhou para que importantes aspectos da cultura local fossem registrados no Livro dos Saberes, entre eles, Ritxòkò: Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá, os Saberes e Práticas Associados ao modo de fazer Bonecas Karajá e a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis.

Ritxòkò: Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá - As bonecas Karajá (ritxòkò) condensam e expressam importantes aspectos da identidade do grupo, além de simbolizar diferentes planos da sua sociocosmologia. Mais do que objetos meramente lúdicos, as ritxòkòs são consideradas representações culturais que comportam significados sociais profundos, por meio dos quais se reproduz o ordenamento sociocultural e familiar dos Karajá. Com motivos rituais, mitológicos, da vida cotidiana e da fauna, as bonecas Karajá são importantes instrumentos de socialização das crianças que, brincando, se vêem nesses objetos e aprendem a ser Karajá. 

Saberes e Práticas Associados ao modo de fazer Bonecas Karajá - Estes saberes e práticas são uma referência cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais importante fonte de renda das famílias. Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração. O processo de confecção envolve o uso de três matérias-primas básicas: a argila ou o barro – suù, que é a matéria-prima principal; a cinza – que funciona como antiplástico; a água utilizada para umedecer a mistura proveniente do barro e da cinza.

Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis - Em todo o Brasil, a Festa do Divino é uma das maiores manifestações de devoção religiosa. Em Pirenópolis, é uma celebração profundamente enraizada no cotidiano de sua população e determinante dos padrões de sociabilidade local. Com variações em torno de uma estrutura básica e dos símbolos principais do ritual - as folias, a coroação de um imperador, e o império - a festa acontece com outros elementos, como as encenações de mascarados e cavalhadas. Realizada nesta cidade, anualmente, desde 1819, durante cerca de 60 dias, a festa tem seu ponto alto no Domingo de Pentecostes, 50 dias após a Páscoa.

Romaria de Carros de Bois da Festa do Divino Pai Eterno de Trindade -  A Romaria de Carros de Bois da Festa do Divino Pai Eterno de Trindade, em Goiás, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2016, e inscrita no Livro de Registro das Celebrações. O epicentro da Romaria é em Trindade, mas os devotos saem de diversas cidades de Goiás e de estados próximos, do Centro-Oeste e do Sudeste. Desde o século XIX, milhões de devotos participaram da Festa que acontece, anualmente, na cidade. A devoção ao Divino Pai Eterno, em Trindade, começou por volta de 1840, quando um casal encontrou um medalhão entalhado com a imagem do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Desde então, muitas pessoas peregrinam até a região, caracterizando esta prática como imersa no catolicismo popular. 

Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC)
No Estado, foram concluídos cinco inventários sobre o Patrimônio Imaterial e Material:  da Festa do Divino de Pirenópolis; das festas do Rosário e Congadas; da Festa da Caçada da Rainha em Colinas do Sul; sobre o Roteiro das Devoções em Goiás; e sobre a cidade de Goiás.

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