Debates e depoimentos celebram o centenário do arquiteto Luís Saia

publicada em 18 de outubro de 2011, às 16h16

 

As comemorações do Centenário de Luís Saia começam na próxima quinta-feira, dia 20, às 14 horas, na Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em São Paulo (Iphan-SP), à Avenida Angélica, 626 – Higienópolis – São Paulo-SP. O primeiro de uma série de eventos reunirá três parceiros do arquiteto que tem sua trajetória de vida ligada à criação do Iphan. O conselheiro Nestor Goulart Reis Filho, o conselheiro Ulpiano Bezerra de Menezes e o arquiteto Cyro Corrêa Lyra, que ainda atuam junto ao Instituto, farão depoimentos a respeito da vida e obra de Luis Saia.

Entre outubro de 2011 e outubro de 2012, o Iphan promoverá diversas ações durante o Ano Luis Saia. Serão realizados eventos e ações que irão homenageá-lo e analisar o conjunto de sua obra e fomentar, a partir de suas contribuições, debates importantes para a construção de uma política nacional de preservação do patrimônio cultural. Serão oportunidades de trazer a público seus trabalhos e suas ideias nos campos da história, da arquitetura, do urbanismo e do patrimônio cultural, enquanto arquiteto e servidor público comprometido com as questões da formação e dos destinos do país.

No dia 16 de outubro o paulista Luis Saia completaria 100 anos de idade. Nascido em 1911, na cidade de São Carlos, onde iniciou seus estudos, passando também por Campinas até chegar a São Paulo, onde se graduou em engenharia e arquitetura pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Em 1936 participou do curso de Etnografia e Folclore do Departamento de Cultura da prefeitura paulistana, quando passa a ser colaborador do Departamento de Cultura e do então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o antigo Iphan, onde substitui Mario de Andrade na Chefia do 4º Distrito, cargo que exerceu por 40 anos.

Em 1938 chefiou a Missão de Pesquisas Folclóricas do Departamento de Cultura, que percorreu os estados do norte e nordeste do Brasil, registrando o folclore musical dessas regiões e recolhendo, através de gravações, fotografias, filmes, desenhos e notações musicais, informações complementares às gravações realizadas. Luis Saia ainda realizou pesquisas e estudos etnográficos, particularmente sobre o samba rural paulista, nas cidades dos arredores de São Paulo.

Na Regional do Iphan foi diretamente responsável pela restauração de mais de 30 edificações, entre elas as casas do Bandeirante e do Caxingui, e pela proposição de tombamento de diversos monumentos e coleções de obras de arte, distribuídas pelos estados do sul do Brasil. Promoveu ainda duas grandes pesquisas sobre coleções de obras de arte e sobre a arquitetura do café. Foi coordenador de diversos cursos, como o de Especialização em Restauro de Bens Culturais e Conjuntos Arquitetônicos promovido pelo Iphan e pela Faculdade de Arquitetura da USP, em 1974. Professor Livre Docente da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, foi ainda responsável pelos Planos Diretores das cidades de Anápolis, Goiânia, São José do Rio Preto, Lins e Águas de Lindóia, além de grande número de projetos de residências, hospitais e pavilhões para exposições. Luis Saia faleceu em 15 de maio de 1975.

 

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