publicada em 26 de setembro de 2011, às 14h51

O Colégio de Sant’Ana, uma construção do século XIX, está totalmente recuperado e será entregue à cidade

A histórica cidade de Goiás viverá mais um dia de festa. Em 30 de setembro, às 17h, haverá a cerimônia de entrega pública do Colégio Sant’Ana que passou por obras de manutenção e conservação, realizadas pela Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (Iphan-GO), com verbas do PAC Cidades Históricas. O investimento total foi de R$ 1,185 milhão, utilizados na restauração da cobertura, das alvenarias, das esquadrias, das escadas, do piso tabuado de madeira e do forro. Também foram feitas novas instalações elétricas, telefônicas, hidrossanitárias, além de pinturas e revestimentos. Todas as peças de madeira, incluindo forros, barrotes, piso tabuado foram recuperadas e as peças da estrutura e da cobertura foram imunizadas com a aplicação de tratamento anticupim.

De acordo com o engenheiro do Iphan-GO, Laércio Cândido da Rocha, vistorias no Colégio Sant’Ana no final de 2009 evidenciaram o estado de deteriorização do prédio. Ele ressalta que, de toda a obra realizada no Colégio Sant’Ana, os serviços de recuperação da cobertura e da sua estrutura, a drenagem externa, o restauro de todas as esquadrias, a execução de uma nova prumada, ou seja, de um novo alinhamento para os  banheiros e ainda, as novas instalações elétricas e de iluminação foram as primordiais. A recuperação do Colégio Sant’Ana representa o resgate da história de Goiás e devolve a alunos, pais, professores, funcionários e visitantes a possibilidade de usufruir dos valores culturais deste bem tão importante para o desenvolvimento social e cultural da cidade de Goiás.

Breve Histórico
O Colégio Sant´Ana foi fundado em 05 de Setembro de 1889 pela Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils , na cidade de Goiás, antiga capital do Estado, a pedido do bispo Dom Cláudio Ponce de Leão com a incumbência de ser uma escola para meninas. O bispo de Rodez da França e superior das Irmãs exigiu a assinatura de Dom Cláudio Ponce de Leão num contrato de onze cláusulas, das quais o primeiro artigo dizia: “O colégio será dirigido e administrado pelas religiosas Dominicanas e compreenderá a educação das jovens ricas, pobres, filhas de escravos e ainda, visita aos doentes em domicílio”.

Quando as irmãs da Ordem Dominicana e fundadoras do Colégio Sant’Ana chegaram, foram recebidas com festa, com duas bandas de música e uma chuva de fogos de artifício. A casa do Bispo transformada na escola era pequena, mas agradável. No primeiro dia apareceram cinco alunas que desejavam ser internas e uma centena de externas. A maior preocupação das Irmãs era acolher as crianças pobres e as filhas de escravos mais sofridas.

Com mais de 120 anos o Colégio Sant’Ana é considerado a segunda casa de missão no Brasil e se mantêm até hoje em atividade ininterrupta. Além disso, encontra-se no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico do Largo do Chafariz, tombado pelo Iphan.

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