Acervo sobre o patrimônio cultural ficará mais perto dos brasileiros

publicado em 01 de junho de 2011, às 14h58

 

A memória sobre os trabalhos para a preservação do patrimônio cultural brasileiro será acessível pela internet com a modernização do Arquivo Central do Iphan

A documentação sobre os trabalhos de preservação do patrimônio cultural brasileiro ficará disponível para a população por meio eletrônico. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi o primeiro colocado no edital do Programa de Preservação de Acervos 2010/2011 do Banco Nacional e Desenvolvimento Social – BNDES, na Modalidade Âncora, e poderá modernizar o Arquivo Central constituindo o sistema da rede. A proposta do Iphan foi desenvolvida por técnicos da Coordenação de Documentação e Pesquisa – Copedoc, do Departamento de Articulação e Fomento – DAF, em parceria com a Coordenação Geral de Tecnologia da Informação – CGTI, do Departamento de Planejamento e Administração.

Tendo como ponto de partida a base de dados de consulta local do Arquivo Central do Iphan – Seção Rio de Janeiro - ACI-RJ, o projeto prevê investimentos de cerca de R$ 4 milhões para modernizar e otimizar o acesso ao acervo, permitindo maior circulação da informação institucional e a padronização dos descritores dos acervos arquivísticos. Entre os objetivos gerais, a proposta do Iphan inclui desenvolver, aperfeiçoar e implementar um sistema de informação dos acervos da rede de arquivos em base de dados eletrônica com acessibilidade pela internet. Também está prevista a reorganização, a higienização e o acondicionamento da documentação referente à Série Inventário do ACI-RJ.

De acordo com os coordenadores, um dos aspectos mais importantes do projeto é possibilitar o acesso amplo e democrático das informações existentes nos arquivos do Iphan à sociedade, através da internet. Entre as ações que poderão ser desenvolvidas está a digitalização de 66,5 mil fotografias da Série Inventários do ACI-RJ, um acervo que envolve bens culturais de todos os estados brasileiros. A proposta também prevê o gerenciamento do sistema de informação da rede de arquivos nas unidades centrais do Iphan, em Brasília e no Rio de Janeiro, com equipamentos modernos, além da instalação de maquinário adequado a todas as unidades do Iphan, permitindo a consulta às informações por meio da intranet. Para o futuro, está prevista a inserção de dados dos acervos de todas as superintendências estaduais. 

Além das imagens, também serão feitos a higienização, o acondicionamento e a reorganização dos documentos da Série Inventário do ACI-RJ. Os documentos receberão o tratamento necessário para evitar manuseio indevido e o furto dos originais, o que vai garantir também que toda a rede de arquivos seja beneficiada. Preservando adequadamente os originais, garante-se a perenidade das informações e possibilita as futuras digitalizações, visando a preservação em outro suporte e acessibilidade à distância.

O Iphan e a preservação da memória cultural brasileira
O projeto irá beneficiar toda a população brasileira, disponibilizando o acesso à memória cultural do país visto que o Iphan atua em todo o território nacional em 63 unidades: duas áreas centrais - Brasília e Rio de Janeiro –, 27 superintendências estaduais, 28 escritórios técnicos, quatro unidades especiais e dois parques históricos. O Iphan possui um valioso acervo textual, iconográfico, audiovisual e digital que documenta e registra as múltiplas ações que envolvem os bens culturais brasileiros. Esse acervo é fonte de informação para os pesquisadores das mais variadas áreas do conhecimento: história, sociologia, geografia, ciências sócias, arquivologia, arquitetura e urbanismo, engenharia, arqueologia entre outras. Em 2010, foram realizadas 870 consultas presenciais ao ACI-RJ. Já o atendimento à distância, através de correspondência oficial e correio eletrônico, contabilizou 1021 ocorrências. Com o sistema que será implementado com o novo projeto, a expectativa é chegar a 100 mil acessos de forma rápida, segura e eficaz.

O acervo do Arquivo Central do Iphan – Seção Rio de Janeiro foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro - Inepac, em 30 de dezembro de 2002. Ele está localizado no 8° andar do Palácio Gustavo Capanema, à Rua da Imprensa, n° 16, no Centro, um imóvel tombado pelo Iphan em 10 de março de 1948. A formação dos acervos arquivísticos do Iphan remonta ao início do funcionamento da própria instituição, em 1937, com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Sphan. Marco na preservação do patrimônio cultural brasileiro, o Sphan é resultado do projeto de intelectuais de destaque nas primeiras décadas do século XX, tendo à frente o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. A direção do Sphan foi confiada a Rodrigo Melo Franco de Andrade, que teve como colaboradores intelectuais e artistas vinculados ao movimento modernista, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Prudente de Moraes Neto, Luís Jardim, Afonso Arinos, Lúcio Costa e Carlos Drummond de Andrade. Diversos tombamentos, restaurações e revitalizações foram realizados, desde então, assegurando a permanência da maior parte do acervo arquitetônico e urbanístico brasileiro, assim como do acervo documental e etnográfico das obras de arte integradas e dos bens móveis.

Como a antiga sede se localizava no Rio de Janeiro, grande parte documentação ficou concentrada na então capital federal. Fotografias de bens culturais, relatórios de viagens dos técnicos e Processos de Tombamento são exemplos de registros de como a memória e a história do Iphan pode ser visitada. Atualmente, além do ACI-RJ, as Superintendências de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Bahia mantêm importantes documentos históricos que atestam as relações de comunicação que se estabeleciam nas primeiras décadas dos trabalhos preservacionistas. No entanto, o ACI-RJ permaneceu como uma das principais referências da instituição já que, além de agregar documentos valiosos, armazena os processos de tombamento abertos anualmente. Desta forma, o ACI-RJ é ponto de confluência para todas as unidades do Iphan.

Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
 (61) 2024-6187 / 2024-6194
www.iphan.gov.br / www.twitter.com/IphanGovBr

 

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