Palacete Argentina é restaurado pelo Iphan em Porto Alegre

publicado em 27 de setembro de 2006, às 13h35

 

O Palacete Argentina, sede da 12ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Representação Regional Sul do Ministério da Cultura (Minc), localizado em Porto Alegre, passa por sua segunda restauração desde que passou a ser administrado pelo Iphan, em 1984. Prestes a completar 105 anos, o casarão ganhou um novo aspecto com as obras que, desde 2003, vem sendo realizadas pelo Iphan. A obra totalizou R$ 440 mil do orçamento do MinC. A superintendente regional do Instituto, Ana Meira, ressalta que o Palacete: “tornou-se um exemplo de intervenção devido aos cuidados com as técnicas que foram empregadas na restauração, sem esquecer a necessária adequação às necessidades atuais, como a instalação de rede lógica, de rede elétrica compatível com a utilização da casa e outras providências.”

Na última etapa, desde janeiro, foram substituídos os rebocos externos, recompondo a antiga mistura de cal e areia, para facilitar a redução da umidade nas paredes. A fachada do sobrado foi pintada com tinta à base de silicato, que também é permeável. Os vitrais da face externa, as aberturas internas e externas, bem como a escada interna, foram restauradas. Em algumas salas, foram abertas janelas didáticas para expor a pintura original da parede. Na área externa, onde fica o antigo jardim de inverno, foi reforçado o forro de estuque e a cobertura passou por uma recuperação geral com a colocação de um sub-telhado de chapa de alumínio.

O Palacete
O Palacete Argentina caracteriza-se por ser um sofisticado sobrado urbano, representativo da arquitetura eclética que se desenvolveu em Porto Alegre na virada do século XX. Integra um conjunto de edificações que existiam ao longo da Avenida Independência, no bairro de mesmo nome, em Porto Alegre, das quais ainda restam poucos exemplares. Ele possui uma área de 756 metros quadrados em um terreno com 934 metros quadrados. Com um pavimento principal e porão alto, o acesso é feito por uma escadaria lateral. Originalmente, possuía paredes pintadas com motivos geométricos e motivos florais, executados com cores fortes e barras decorativas junto ao forro, com destaque para os vitrais art nouveau, art déco e elementos trabalhados em madeira.

A História
O Palacete foi erguido em 1901, com projeto de Theóphilo Borges de Barros. Pouco depois, a casa foi vendida para Franklin Etzenberger. Em 1928, o prédio passou por uma reforma significativa na qual mais duas salas foram acrescentadas: uma sala de chá e um jardim de inverno, bem como dependências de serviço no pavimento inferior. As paredes suprimidas deram lugar a arcos sustentados por colunas salomônicas. Alguns anos depois, o casal Etzenberger cedeu a casa a sua filha Manoelita Lilia Etzenberger que casou com Alceu Otacílio Barbedo.

Em 1939, o imóvel foi doado aos filhos do casal Barbedo: Roberto e Sandra Beatriz. No ano seguinte, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul alugou o prédio e instalou o Grupo Escolar Argentina. Em 1968, o casarão foi declarado de utilidade pública e, em 1971, foi desapropriado pelo Estado.

O prédio foi utilizado como escola até 1978 e foi cedido, em 1984, em regime de comodato, ao Iphan. As obras de restauração, iniciaram em janeiro de 1985 e terminaram em maio de 1987. Em 14 de março de 1990, o imóvel foi inscrito no Livro Tombo de Belas Artes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Mais informações:
Nídia Klein (51) 3311-1188 e 3311-9351
MTB -12694

 

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