Iphan adquire imóvel em Aracaju para transformar em Casa do Patrimônio

publicado em 28 de dezembro de 2006, às 15h19

 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) comprou, em novembro de 2006, por R$ 240 mil, mais um imóvel que vai cumprir o propósito conceitual de Casa do Patrimônio. Após restaurada, a casa localizada na Praça Camerino, nº 225, no Centro Histórico de Aracaju, vai abrigar a Superintendência Regional do Iphan em Sergipe e também vai ser aberta à visitação e participação do público. A escolha da Casa do Patrimônio, definida pela sua localização, importância histórica e arquitetônica, norteará uma postura de democratização do acesso e participação da comunidade nas ações de valorização e promoção do patrimônio cultural.

Sergipe já conta com um imóvel em São Cristóvão equipado para receber o público e abrigar eventos como exposições e cursos, além de possuir uma capela. A casa de São Cristóvão, comprada e restaurada pelo Programa Monumenta do Ministério da Cultura, foi inaugurada em agosto de 2006 e abriga a Unidade Executora de Projetos (UEP) do Monumenta, além de funcionar como posto avançado do Iphan. São Cristóvão é uma cidade tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional desde 1939.

Casas do Patrimônio
A casa da praça Camerino, em Aracaju, é a segunda Casa do Patrimônio adquirida pelo Iphan. A primeira é um sobrado em João Pessoa (PB), comprada em setembro deste ano. A idéia das Casas do Patrimônio surgiu como proposta do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização – DEPAM, visando estruturar gradativamente as sedes das superintendências regionais e dos escritórios técnicos do Iphan para funcionar como uma agência cultural local, preparada para atender a estudantes, pesquisadores, visitantes das áreas tombadas e à população em geral.

O conceito das Casas do Patrimônio se fundamenta na estruturação de um centro habilitado a prestar informações pertinentes ao tombamento e seus desdobramentos, aos diferenciais e ao valor dos bens tombados, além de dados sobre atividades relacionadas à área da cultura. Estes espaços darão uma maior dimensão à ação do Iphan em todo o Brasil, sediando eventos culturais de pequeno porte; abrigando exposições temáticas e itinerantes e desenvolvendo ações permanentes de educação patrimonial, oficinas e treinamentos relacionados a áreas de conservação, restauração e preservação de monumentos e espaços públicos.

A futura Casa do Patrimônio de Aracaju situa-se em ponto estratégico do centro em um importante eixo comercial. “Dessa forma, facilitaremos o acesso da população do interior que chega para visitar o Iphan, seja para apresentar projetos, seja para fazer pesquisa”, ressalta Eliane Carvalho, superintendente do instituto em Sergipe. “O Centro Histórico de Aracaju não possui nenhum imóvel tombado pelo patrimônio nacional. Queremos que essa casa seja o primeiro bem do Iphan na região”, completa a dirigente.

História da Casa de Aracaju
A construção da residência da Praça Camerino nº 225, esquina da Rua Dom José Tomás, remonta às primeiras duas décadas do século 20 – época em que, com a chegada do capitalismo industrial em Sergipe, Aracaju se moderniza, ganhando cinema, água encanada, esgoto, luz elétrica, e dobrando sua população. As construções residenciais de até o início do século, eram geralmente bem modestas, de uma porta e duas janelas na frente.

Com o impacto da nova realidade econômica, surgem as residências luxuosas, os palacetes, como eram enfaticamente denominados, e os bangalôs, influenciados pelo neoclassicismo francês. O imóvel que o Iphan deseja tombar no centro de Aracaju é um desses palacetes, marcado pela fachada com festões – ornatos decorativos em forma de guirlanda. O Iphan pretende preservar esse exemplar de arquitetura em art déco, uma das poucas testemunhas da belle époque de Sergipe que restam no Centro Histórico.

A compra do imóvel foi uma batalha vencida pelo instituto. “A casa, recebida por herança, tinha 22 donos, de família abastada da cidade. Após mantê-la por mais de dez anos fechada, eles tiveram que segurá-la para vender ao Iphan, e já receberam oferta de R$ 500 mil para derrubar a casa. Mas conseguimos todas as assinaturas autorizando a nossa compra e vencemos o páreo”, comemora Eliane Carvalho.

A casa ainda precisa ser restaurada para receber a superintendência de Sergipe e também o público interessado, que poderá contemplar as pinturas antigas, guirlandas e até o altar que ela guarda em seu interior.

Mais Informações:
Assessoria de Comunicação
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
Programa Monumenta do Ministério da Cultura
Fones: (61) 3326-8907 e 3326-8014 

 

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