Educação patrimonial fortalece turismo em Santa Rita Durão (MG)
publicado em 30 de julho de 2007, às 13h43
Distrito de Mariana recebe cartilhas, DVDs, fitas de vídeo, livros e calendários para divulgar seu patrimônio cultural e sensibilização da população local
O Programa Monumenta, do Ministério da Cultura, promove, na quinta-feira, 2 de agosto, o evento de encerramento do projeto Conhecendo o Patrimônio Arquitetônico e Cultural de Santa Rita Durão, distrito de Mariana, Minas Gerais. Desenvolvido pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Ouro Preto – Cefet-OP, o projeto consistiu de atividades de pesquisa historiográfica e catalogação do patrimônio cultural, material e imaterial da região.
Como resultado do trabalho, foram produzidos um vídeo em VHS e DVD, uma cartilha educativa, um calendário de eventos culturais e um livro sobre as relíquias de Santa Rita Durão. A entrega desses produtos ocorrerá no evento de encerramento, às 19h, na Escola Municipal Sinhô Machado, Praça Matriz de Nossa Senhora de Nazaré. Todos os alunos da escola receberão a cartilha educativa, além das Escolas Municipais e Estaduais de Mariana, bibliotecas públicas, Instituições Federais de Ensino, Arquivos Públicos e Secretarias Municipais de Educação e Cultura da Região dos Inconfidentes.
O valor total do projeto foi de R$ 104.848,94, um investimento do Programa Monumenta, com contrapartida da Prefeitura de Mariana (que contribuiu com R$ 45.032,39), com intuito de divulgação do patrimônio cultural e histórico-arquitetônico, além de promoção de atividade turística, economicamente sustentável, na região.
Presente
Santa Rita Durão possui cerca de cinco mil habitantes e sofre um certo crescimento desordenado devido à presença de mineradoras na região. Percebe-se a necessidade de proteger o seu patrimônio histórico, além de uma carência de informação na sociedade que precisa compreender melhor o valor cultural dos seus bens. Como aponta Maria Dalva Martins, coordenadora do projeto, durante o desenvolvimento do trabalho, já houve alguma sensibilização da população. “Eles ficaram com sua estima em alta por nós enfatizarmos o valor do seu patrimônio”, conta ela.
O material produzido trata tanto dos monumentos históricos de Santa Rita Durão, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazaré e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, com seus ricos acervos de arte sacra, como também da cultura da região: festejos, personagens, artesanato, culinária, etc. “O objetivo do Projeto é divulgar o patrimônio cultural e dar suporte ao turismo da região”, destaca Dalva Martins.
Passado
O distrito de Santa Rita Durão localiza-se no trajeto da Estrada Real, a 40 km do centro de Mariana. Sua origem está diretamente relacionada à história da ocupação de Mariana pelos vicentinos – devotos de São Vicente – que se aventuraram em busca de ouro nos arredores.
Na passagem do Século 17 para o 18, o bandeirante Salvador Faria de Albernás, em suas explorações pelo Ribeirão do Carmo, encontrou ouro em um lugar que ganhou o nome de Inficionado – segundo o Barão de Echwege, nome que se refere a ouro de má qualidade. A freguesia foi criada em 1718, recebendo o título de Nossa Senhora de Nazaré do Inficionado. Em 1895, a Câmara Municipal de Mariana oficializou o nome de Santa Rita Durão, em homenagem ao poeta épico brasileiro, Frei José de Santa Rita Durão, que nasceu nessa terra.
Seus principais monumentos, a Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazaré e a Capela de Nossa Senhora do Rosário, foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1945.