Iphan restaura obra de Athos Bulcão na capela do Alvorada

publicado em 05 de setembro de 2007, às 16h58

 

O afresco do teto do Palácio da Alvorada será restaurado com as cores e o desenho originais. O anúncio foi feito no dia 3 de setembro pelo superintendente do Iphan em Brasília, Alfredo Gastal, e pela secretária executiva da Fundação Athos Bulcão, Valéria Cabral.

Eles encontraram o estudo original do artista plástico Athos Bulcão, nas cores azul e amarelo, depois de meses de procura. As cores do desenho original foram alteradas não se sabe exatamente quando. O fato é que o afresco estava pintado de branco. Gastal suspeita que infiltrações no teto da capela, provocadas pela chuva, causaram estragos no painel original, que foi repintado e descaracterizado.

De acordo com Alfredo Gastal, a restauração do painel será iniciada logo após a chegada do período das chuvas, para se testar a impermeabilização realizada no teto da capela.

Capela nova
A Superintendência de Brasília concluiu, no final de abril deste ano, as obras de restauração da Capela no Palácio da Alvorada. O trabalho custou R$ 285,3 mil. Agora só falta a restauração do painel de Athos Bulcão.

De acordo com Gastal, foram restaurados os lambris dourados que revestem as paredes da nave e do altar-mor, a porta principal de alumínio anodizado, as paredes internas em mármore e o piso de granito, além da imagem de Nossa Senhora da Alvorada.

Parte do mobiliário do projeto original da Capela foi refeito, incluindo o altar, projetado por Oscar Niemeyer e os tocheiros desenhados por Athos Bulcão. Wagner Martins, conhecido pela restauração da Igreja da Pampula, em Belo Horizonte, foi quem realizou os principais trabalhos na Capela da Alvorada.

Nossa Senhora da Alvorada, imagem portuguesa, originalmente batizada de Nossa Senhora da Conceição, do Século 18, foi inteiramente recuperada. A começar pela sua carnação original, que desaparecera sob quatro camadas grosseiras de repintura. No panejamento (panos) optou-se por um tratamento histórico, mantendo-se as marcas do tempo, porém garantindo uma leitura perfeita da peça.

Como a mesa original do altar e os tocheiros não foram encontrados, os técnicos do Iphan optaram por se refazer essas peças. A mesa, projeto de Niemeyer, que era de jacarandá, foi refeita em ipê tabaco, uma vez que o comércio do jacarandá está proibido pelo Ibama. Os quatro tocheiros de Atlhos Bulcão foram redesenhados a partir de fotografias da época. O piso da nave, de granito cinza, também foi recuperado.

Palácio
Projetado por Oscar Niemeyer, o Alvorada e sua capela tornaram-se um dos ícones da arquitetura moderna brasileira e de sua peculiaridade em relação ao modernismo europeu. Esse Palácio, projetado no fim da década de 1950, foi símbolo do progresso cultural e técnico do Brasil, no momento em que o País vivia uma ebulição cultural singular, caracterizada, entre outras coisas, pela arquitetura moderna e pela arte concreta. O formato diferenciado dos pilares externos da edificação deu origem ao símbolo e emblema, presente no brasão do Distrito Federal.

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