Título de patrimônio para as matrizes do samba no Rio de Janeiro
publicado em 05 de outubro de 2007, às 14h31
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, vão receber do Centro Cultural Cartola o pedido oficial de registro das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Comparecerão à cerimônia a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, o secretário executivo da Cultura, Juca Ferreira, a diretora de Patrimônio Imaterial do Iphan, Márcia Sant’Anna, e a diretora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Claudia Márcia Ferreira. Depois da cerimônia, haverá a abertura da exposição Samba Patrimônio Cultural do Brasil, com fotos de Carnaval do Rio, instrumentos e fantasias de seis escolas de samba cariocas.
“Há tempos percebemos o enfraquecimento das raízes do samba do Rio. A massificação deu ao samba um formato que está distante dos principais elementos que compõe suas matrizes. Não é uma proposta de engessamento ou saudosismo. O samba é vivo, dinâmico. Nossa intenção é de valorizar e preservar as matrizes do samba carioca: samba de partido-alto, samba de terreiro e samba-enredo”, explica Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e vice-presidente do Centro Cultural. Foi ela quem coordenou o projeto de pesquisa e documentação, que contou com o financiamento e o apoio técnico do Iphan. Vários “bambas do samba” também participaram ativamente, como os compositores Monarco, Xangô da Mangueira e Nelson Sargento.
O reconhecimento do Samba de Roda do Recôncavo Baiano como Patrimônio Imaterial da Humanidade, em 2005, motivou o Centro Cultural Cartola a analisar os variados estilos de samba do Rio de Janeiro que se originaram nas reuniões musicais em casa de Tia Ciata, no Estácio, nas escolas de samba, nos blocos, nos morros, nas ruas, nos quintais, nos primórdios do Século 20.
A pesquisa seguiu a metodologia do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Iphan e buscou explicitar aspectos das dimensões melódicas, harmônicas, rítmicas e coreográficas, bem como caracterizar seus contextos de prática e revelar os principais personagens. Teve como propósito situar o valor patrimonial do samba no Rio, na medida em que revelou a riqueza dos seus estilos que, surgidos na cidade, tornaram-se referências culturais no país todo e importante fator de afirmação da identidade brasileira. Procurou também levantar as ações e políticas necessárias para a valorização e salvaguarda dessa expressiva manifestação da cultura brasileira.
Segundo Márcia Sant’Anna, diretora do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan, “o registro do samba de terreiro, do partido alto e do samba-enredo no Rio de Janeiro se insere num projeto, de âmbito nacional, de reconhecimento e valorização das formas de samba que constituem referências culturais fundamentais da população brasileira”. Esse trabalho teve início com o registro do Samba de Roda do Recôncavo baiano, em 2004, e deverá abranger ainda o samba de coco nordestino, o tambor de crioula do Maranhão, o samba rural paulista e outras formas tradicionais dessa forma de expressão tão brasileira.
Leci Brandão, uma das mais importantes intérpretes da Música Popular Brasileira, afirmou que a nova geração de sambistas irá apoiar a iniciativa. “Existem jovens produzindo coisas muito boas. Não pretendemos ir de encontro ao novo, pelo contrário, queremos reconhecê-lo para fortalecer ainda mais as raízes da nossa música e isso é interesse de todas as gerações”, defende Leci.
Após receber o pedido, o Iphan fará uma análise técnica do processo e o encaminhará ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, coordenado pelo presidente do Iphan e composto por 18 membros da sociedade civil, além de quatro membros de instituições governamentais. É atribuição do Conselho a aprovação do processo de registro.
Serviço:
Cerimônia de entrega do pedido de Registro do Samba Carioca
Inauguração da Exposição Samba Patrimônio Cultural do Brasil
Data: 01 de dezembro de 2006
Horário: às 17h – Cerimônia
19h – Abertura da Exposição
Local: Centro Cultural Cartola - Rua Visconde de Niterói, 1296 – Mangueira - Rio de Janeiro - RJ
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