publicado em 20 de dezembro de 2007, às 14h18

Iphan fará o levantamento de toda a paisagem cultural da estrada entre a cidade de Antonio Conselheiro, Quixeramobim no Ceará, e os vestígios do arraial de Canudos, na Bahia

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Luiz Fernando de Almeida, receberam ontem (19/12) o pedido de reconhecimento, como Paisagem Cultural do Brasil, da rota que vai da cidade natal de Antônio Conselheiro, Quixeramobim (CE), ao município de Canudos (BA). Segundo José Celso Martinez Corrêa, autor da solicitação, “a intenção desse título é dar ao povo de Canudos a reparação pelos males causados com a Guerra”.

José Celso é do Teatro Oficina, de São Paulo, que apresentou, neste mês, a peça “Os Sertões”, em Canudos. “Estamos incentivando que os moradores façam seminários em torno do romance de Euclides da Cunha e que o leiam em voz alta, como um princípio de uma universidade no local”. O prefeito de Quixeramobim, Osvaldo Vasconcelos, também compareceu ao gabinete do ministro, onde foi entregue o pedido formal.

Segundo o presidente do Iphan, a compreensão de que uma determinada área é considerada Paisagem Cultural implica uma ação coordenada de gestão. “Devemos usar todos os instrumentos que tivermos em mão para preservação das características culturais dentro da delimitação territorial reconhecida, onde há uma relação singular entre o homem e o meio”.

Para Luiz Fernando de Almeida, essa estrada extensa, que passa por três estados (CE, PE, BA), também se enquadra em um outro conceito da Unesco, mais específico: Rota Cultural, onde se demarcam ações pontuais que constróem um roteiro. “Faremos um levantamento das referências histórico-culturais presentes em todo esse caminho, mobilizando as superintendências regionais do Ceará, Pernambuco e Bahia”.

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