publicado em 20 de novembro de 2008, às 13h59

O Iphan, a Secretaria de Estado de Cultura do Mato Grosso (SEC-MT) e o Instituto Itaicy assinaram um termo de cooperação técnica para a preservação da Usina Itaicy, que foi tombada como patrimônio estadual. O termo prevê o desenvolvimento conjunto de ações e atividades em prol da preservação do patrimônio cultural material e imaterial da usina, que fica localizada às margens do rio Cuiabá, na zona rural de Santo Antônio do Leverger (a 40 km do município).

Participaram do ato, o presidente do Instituto Itaicy, José Marcos Vargas, o chefe sub-regional do Iphan, Cláudio Conte, e a secretária-adjunta de Cultura, Francielle Leão. Conte afirmou que o instituto já aplicou recursos orçamentários em 2007 neste projeto. "Em 2008 vamos investir mais recursos em prol de melhorias na usina, e com esse termo continuaremos, junto com a SEC, as atividades de recuperação deste patrimônio que conta a história da indústria de Mato Grosso", reforçou. De acordo com o secretário de Cultura Paulo Pitaluga, a SEC e o Iphan vão fazer esforços conjuntos para realizar a completa restauração do complexo da usina.

Histórico
A Usina do Itaicy, implantada em 1897, representou uma transformação da cultura e das relações sociais e econômicas no cenário da industrialização do estado de Mato Grosso. Historicamente, seu complexo representa um patrimônio para a arqueologia industrial brasileira.

Na passagem do século XIX para o XX, Itaicy era propriedade de uma figura lendária da história mato-grossense, Antônio Paes de Barros, conhecido como Totó Paes de Barros, que foi à época presidente de Mato Grosso.

A usina começou a ser edificada em 11 de junho de 1896 e terminou 14 meses depois. Estima-se que cerca de mil operários participaram da construção. O maquinário, importado da Alemanha chegou ao local por transporte fluvial.

De 1900 a 1920 Itaicy teve o seu período de esplendor. Chegou a abrigar uma população que registrava perto de cinco mil pessoas e foi o primeiro lugar do estado a ter energia elétrica. A localidade tinha capela, escola, farmácia, dezenas de casas (em estilo popular padronizado), aulas de música para crianças e, inclusive moeda própria, cunhada ali mesmo.

Com uma produção de 80 mil toneladas de açúcar/ano e 160 mil litros de aguardente/mês, a usina revolucionou a indústria em Mato Grosso. A decadência da usina teve início na década de 30 e em 1957 Itaicy parou de produzir. Desde então, ficou abandonada.

Fonte: Ascom