Índios Wajãpi ganham casa para preservar sua memória

publicada em 28 de agosto de 2009, às 15h36

 

Centro de Formação e Documentação será inaugurado no Amapá com apoio do Iphan e do Ministério da Cultura 

Uma casa para preservar a memória dos índios Wajãpi. Com esse propósito, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Ministério da Cultura inauguram na próxima terça feira, dia 1º, o Centro de Formação e Documentação Wajãpi - CFDW, no posto Aramirã, entre os municípios de Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jarí, no Amapá. A cerimônia começa às 12h e terá a presença do presidente da Funai, Márcio Meira, da coordenadora de Salvaguarda do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Teresa Chaves, e da superintendente do Iphan no Pará e Amapá, Dorotéa Lima. 

Erguida em plena Terra Indígena dos Wajãpi, a casa irá abrigar fotografias, filmes, DVDs e documentos sobre essa etnia, que é composta por cerca de 900 indígenas que habitam a região oeste do Amapá. O centro é mais uma unidade do Pontão de Cultura Arte e Vida dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará, mantida pelo Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena - Iepé e pelo Conselho das Aldeias Wajãpi - Apina. A outra unidade fica na capital Macapá. 

O novo centro também será um espaço para a realização de oficinas, cursos e reuniões. Para isso, contará com salas de pesquisa e um local próprio para os encontros. Além disso, terá à disposição alojamentos para os Wajãpi residentes em outras aldeias e consultores atuando no processo de formação de professores e pesquisadores indígenas. A concepção do local teve o patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Rouanet, e os equipamentos foram adquiridos com apoio do Iphan, da Unesco no Brasil e da Embaixada da Austrália. 

A responsabilidade pela manutenção e uso do CFDW será dos pesquisadores Wajãpi e dos membros da diretoria do Apina. A ideia é também reproduzir documentos e registros audiovisuais dos Wajãpi e os distribuir para as aldeias. Com isso, mantém-se vivo o interesse dos jovens indígenas por sua cultura e também os prepara para transmitir conhecimentos sobre as práticas locais. No centro, os Wajãpi terão acesso ainda aos resultados das pesquisas realizadas junto ao grupo e a documentos sobre outros povos indígenas do Brasil e do mundo. 

Patrimônio da humanidade
Os Wajãpi ocupam basicamente regiões do Pará, Amapá e da Guiana Francesa. Possuem uma vida cerimonial intensa, marcada por grandes ciclos de rituais como a festa do milho - realizada no inverno, a festa do mel e as danças dos peixes. A arte gráfica do Wajãpi do Amapá foi reconhecida inclusive como patrimônio da humanidade pela Unesco e registrada como bem imaterial pelo Iphan em 2002. 

A linguagem gráfica destes indígenas é denominada kusiwa e sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. Servem como uma forma de comunicação e interação entre eles e estão presentes nos corpos e também em artesanatos e cestaria. 

As marcas são feitas utilizando sementes de urucum, gordura de macaco, suco de jenipapo verde e resinas perfumadas e representam animais, como peixes, cobras, pássaros, borboletas ou objetos, como a lima de ferro. A pintura corporal é uma atividade do cotidiano, realizada no âmbito familiar. Os homens são pintados pelas esposas e vice-versa. 

Serviço:
Inauguração do Pontão de Cultura do Índios Wajãpí
Data:
01 de setembro de 2009
Horário: às 12h
Local: Terra Indígena Wajãpi, Amapá - AP

Mais informações: 
Assessoria de Comunicação Iphan / Monumenta
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Fones: (61) 3326-6864 / 3414-6187
comunicacao@iphan.gov.br
www.iphan.gov.br

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