PAC Cidades Históricas: governo lança programa diferenciado com investimento na área cultural

publicada em 21 de outubro de 2009, às 14h24

 

Iniciativa reserva recursos anuais para recuperação do patrimônio com vistas ao desenvolvimento urbano e econômico dos municípios

Ressaltando o programa como a maior ação conjunta pela recuperação e revitalização das cidades históricas já implantada no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o PAC Cidades Históricas, um projeto articulado pela Casa Civil, coordenado pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e conta com parcerias do Ministério do Turismo, Ministério da Educação, Ministério das Cidades, Eletrobrás, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A perspectiva envolve também os governos estaduais e municipais, além da iniciativa privada. Em Minas, por exemplo, essa pareceria conta já conta com a participação da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

A solenidade aconteceu na praça Tiradentes, em Ouro Preto (MG), na quarta-feira, dia 21. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, explicou a escolha do local para o lançamento do PAC Cidades Históricas dizendo que há quase 80 anos o então presidente Getúlio Vargas declarou a cidade Patrimônio Cultural Brasileiro e, desde então, ela tem sido o marco na luta pela defesa e da preservação patrimonial.

O PAC Cidades Históricas vai atuar em 173 cidades, localizadas em todos os estados brasileiros. O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, ressalta que “o grande diferencial do programa é a requalificação urbana das cidades, com investimentos não só nos imóveis, mas também na qualidade de vida dessas cidades. As pessoas identificam ações de patrimônio através da recuperação do imóvel tombado; agora, a visão do patrimônio é investir na qualidade urbana, na qualidade de vida do cidadão, sendo um vetor de desenvolvimento”, afirma.

O Programa começa a ser implementado ainda em 2009 e R$ 140 milhões já estão destinados a projetos que serão realizados em 32 cidades históricas de 17 estados. As primeiras ações incluem embutimento de fiação elétrica, requalificação urbanística, restauração de monumentos históricos e contenção de encostas que podem afetar patrimônios brasileiros.

Nesse primeiro momento serão beneficiadas as cidades de Marechal Deodoro, Penedo e Piranhas, em Alagoas; Cachoeira, Cairu e Salvador, na Bahia; Icó, Sobral e Viçosa, no Ceará; Pirenópolis, em Goiás; São Luís, no Maranhão; Belo Horizonte, Diamantina, Ouro Preto e São João del Rei, em Minas Gerais; Corumbá, no Mato Grosso do Sul; Belém, no Pará; Areia e João Pessoa, na Paraíba; Olinda, Recife e Serinhaém, em Pernambuco; Parnaíba e Pedro II, no Piauí; Rio de Janeiro; Natal, no Rio Grande do Norte; Jaguarão e Piratini, no Rio Grande do Sul; Laguna e São Francisco do Sul, em Santa Catarina; Santos, em São Paulo; e São Cristóvão, em Sergipe.

A partir de 2010 novos recursos serão destinados para outras localidades. Os investimentos serão estabelecidos a partir dos Planos de Ação elaborados pelas cidades históricas – uma ação conjunta que está sendo realizada com a participação dos governos municipais, estaduais e federais, além da sociedade civil e que deverá ser concluída até o final de 2009. O objetivo é que esse planejamento, que tem metas anuais, direcione recursos governamentais e da iniciativa privada para que sejam aplicados nos projetos estratégicos de cada município.

O PAC Cidades Históricas tem seis objetivos: 
1. Promover a requalificação urbanística dos sítios históricos e estimular usos que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultural – que inclui ações de embutimento de fiação elétrica aérea, recuperação de espaços públicos com acessibilidade universal, instalação de mobiliário urbano e sinalização, iluminação de destaque e instalação de internet sem fio.

2. Investir na infra-estrutura urbana e social – o que vai permitir a inclusão das cidades históricas e seu entorno nas ações da Agenda Social do governo federal.

3. Financiamento para recuperação de imóveis privados subutilizados ou degradados.

4. Recuperação de monumentos e imóveis públicos – que inclui a readequação de uso para abrigar universidades, escolas, bibliotecas, museus e outros espaços públicos.

5. Fomento às cadeias produtivas locais – que prevê apoio à estruturação de atividades produtivas, especialmente as atividades tradicionais.

6. Promoção nacional e internacional do patrimônio cultural representado pelas cidades históricas a partir do viés do turismo. 

Sucessor do Programa Monumenta
A formatação do PAC Cidades Históricas é fruto da experiência realizada pelo Iphan com o Programa Monumenta. Em fase de conclusão – o investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID encerra-se no final de 2009, e as obras tem até o fim de 2010 para serem concluídas – o projeto representou, pela primeira vez, o desafio de integrar ações de preservação do patrimônio com estratégias de desenvolvimento local. 

Com atuação em 26 cidades históricas brasileiras, o Monumenta conseguiu realizar ações exemplares, ao valorizar o patrimônio cultural desses municípios e associá-los a ações de desenvolvimento econômico, cultural, urbano e social. As experiências deverão ser replicadas e ampliadas com o PAC Cidades Históricas. Ao ampliar o universo potencial de atuação para 173 cidades (entre aquelas que já têm monumentos ou centros históricos tombados, e aquelas em processo de tombamento), o Programa pretende estimular a organização e a mobilização de cada município para desenvolver projetos que possam dinamizar a economia e afirmar o papel simbólico dessas cidades na formação e compreensão do país. 

Publicação: O Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas
Folder: PAC Cidades Históricas - Patrimônio Desenvolvimento e Cidadania

Mais informações:
Assessoria de Comunicação Iphan
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
(61) 3326-6864 / 3414-6187
www.iphan.gov.br

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