Exposição que homenageia centenário de Mestre Vitalino é prorrogada até 28 de março

publicada 10 de fevereiro de 2010, às 15h01

 

“Mestre Vitalino e artistas pernambucanos” é uma mostra em homenagem ao centenário de Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963), considerado símbolo da constituição das artes visuais populares brasileiras, que o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), foi inaugurar no dia 17 de dezembro, às 18h, na Galeria Mestre Vitalino do Museu de Folclore Edison Carneiro e prorrogada até 28 de março de 2010.

A mostra reúne sem pretender abranger a diversidade de expressões das culturas populares nas fronteiras geográficas e simbólicas do estado, peças de Vitalino e de outros significativos artistas pernambucanos – xilógrafos, escultores em madeira, ceramistas – presentes no acervo do Museu de Folclore Edison Carneiro do CNFCP, coletado a partir da década de 1950.

Nascido em Sítio dos Santos, povoado de Caruaru, Vitalino, filho do agricultor Marcelino Pereira dos Santos e da louceira Josefa Maria da Conceição, aos seis anos de idade, brincava com o barro, utilizando as sobras das panelas feitas pela mãe. Chamou seus primeiros trabalhos de 'loiça de brincadeira', pois começou a vendê-los nas feiras, como brinquedos para crianças. Por volta de 1935, iniciou a confecção dos grupos de bonecos, suas cenas de flagrantes da vida cotidiana, que denominou “peças de novidade”, as quais o consagrariam nos círculos de colecionadores, intelectuais e artistas. Em 1948, mudou-se com a família para o Alto do Moura, também em Caruaru, fazendo desse centro de tradição oleira celeiro de notáveis artistas populares. 

Seu instrumental de trabalho era formado por alguns pauzinhos – que serviam para furar, riscar ou fazer o oco das cabeças –, faquinhas e penas, além de dois carimbos de barro cozido, um com as iniciais VPS, que usou até 1947, e outro, com o nome Vitalino, que passou a usar depois de 1949, como assinatura para suas peças, até 1963, quando faleceu. 

É extraordinário como Mestre Vitalino traduz as diferentes formas de morrer nas suas versões de enterro: enterro na rede, enterro no ataúde, enterro no carro de boi; a atmosfera íntima que confere aos cuidados com o puerpério em ‘mulher de resguardo’. A figura que se agiganta dos bois, como se fossem elementos sagrados numa região de pecuária e de comércio de gado, numa seção da Feira de Caruaru. E ainda figuras como o motociclista, o fotógrafo, entre outras, do elenco de 118 temas.

Marcou toda uma geração de figureiros, tornando Caruaru um centro cerâmico muito conhecido e criando a “escola de Caruaru”, da qual fazem parte, além de seus descendentes, a mulher e os filhos de Zé Caboclo (1921-1973) e de Manuel Eudócio, seus primeiros “discípulos”, que continuam até hoje produzindo dentro do estilo do Mestre. Para homenagear a trajetória desse que marcou o momento inaugural de “descoberta” da arte popular, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular reúne, entre outras, peças de Nhô Caboclo, Manuel Galdino, Benedito José dos Santos. 

Serviço:
Exposição "Mestre Vitalino e artistas populares"
Data:
de 18 de dezembro de 2009 a 28 de fevereiro de 2010 
Local: Galeria Mestre Vitalino do Museu de Folclore Edison Carneiro - Rua do Catete, 179 
Visitação: de terça a sexta-feiras, das 10 às 18h 
                Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h 

Realização 
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular / Iphan / Ministério da Cultura 

Informações 
Setor de Difusão Cultural 
2285-0441, ramais 204, 205 e 206 
difusão.folclore@iphan.gov.br 
www.cnfcp.gov.br 

Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular 
Rua do Catete, 179 (metrô Catete), Rio de Janeiro, RJ

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