UNESCO nega risco de Centro Histórico de Salvador perder título de Patrimônio da Humanidade
publicado em 02 de junho de 2015, às 16h34
“O grau de preservação do Centro Histórico de Salvador afasta a probabilidade de sua exclusão da lista de bens considerados como Patrimônio Mundial”, afirma a coordenadora da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, Patrícia Reis. O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 19 de julho de 1984, e reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 2 de dezembro de 1985. “Não há risco iminente do Centro Histórico de Salvador perder o título de Patrimônio Mundial”, assegura Patrícia Reis.
Para a coordenadora, o reconhecimento da excepcionalidade do Centro Histórico de Salvador para a UNESCO sempre esteve associado a alertas para a sua recuperação. E observa: “Passados 30 anos e tendo presenciado inúmeras iniciativas, com mais ou menos sucesso, entendemos que problemas estruturais permanecem e que vale uma reflexão mais profunda sobre como combatê-los”.
Para a revitalização deste patrimônio cultural da cidade, Patrícia defende que é preciso retomar ou despertar novos sentidos do centro para seus próprios habitantes, de forma a conferir uma dinâmica mais autônoma e menos dependente do estado, em especial de suas instituições de patrimônio e seus reincidentes investimentos. “O uso habitacional - preferencialmente com diferentes estratos sociais - e os serviços associados a ele nos parecem componentes estratégicos de qualquer diretriz de revitalização para a região. Com tal perspectiva, a conjunção de direcionamento público e investimentos privados pode propiciar a instalação de usos diversificados e duradouros”, explica.
“Sabemos que Salvador tem histórico grande de perda de centralidade, de dificuldade de ordenamento, mas também acompanhamos os esforços para tentar reverter esse quadro”, salienta Patrícia. Ela cita como exemplo o PAC Cidades Históricas, do Governo Federal, que o Iphan já começou a executar e envolve investimentos de R$ 143 milhões. O PAC Cidades Históricas representa investimento concreto e crescente na preservação do patrimônio urbano nas últimas décadas. No caso de Salvador incide predominantemente na recuperação do patrimônio edificado, em bens públicos e religiosos, e tangencia em algumas obras de infraestrutura e transporte, como a recuperação de planos inclinados que ligam a Cidade Alta e a Baixa.
Patrícia ressalta que a representação da UNESCO no Brasil acompanhou a concepção do Programa PAC Cidades Históricas, que sucedeu ao Monumenta. “Nós entendemos que o princípio do planejamento integrado, com enfoque territorial, precisa ser constantemente perseguido. A articulação de atores, a diversificação de fontes de recursos e a coordenação da política de preservação com as políticas urbana, de mobilidade e habitacional são fundamentais para dar sustentação aos investimentos, que, isoladamente, podem ter seus efeitos minimizados”, acrescentou.
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