Conheça o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular

Cestaria oferecida na Feira de Caruaru-PE na década de 1970O minucioso trabalho das rendeiras e a complexa confecção de cestas de palha apenas provam como é rica a cultura brasileira. A exuberância dos artesanatos produzidos nos quatro cantos do país, cantigas e tantas outras manifestações artísticas - são inúmeros os exemplos da pluralidade do país. Para preservar e documentar estas importantes tradições que fazem parte do imaginário popular foi criado o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), conhecido popularmente como Museu do Folclore. 

A instituição integra a estrutura do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde o fim de 2003. Sua trajetória, entretanto, começou há muito tempo, em 1947, com a Comissão Nacional de Folclore. Era um movimento vinculado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O processo deu origem, em 1958, à instalação da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, primeiro órgão permanente dedicado a esse campo, vinculado ao então Ministério da Educação e Cultura. Em 1976, a Campanha foi incorporada à Funarte como Instituto Nacional do Folclore.

Instalado no conjunto arquitetônico do Catete, no estado do Rio de Janeiro, o Centro desenvolve e executa programas e projetos de estudo, pesquisa, documentação, difusão e fomento de expressões dos saberes e fazeres do povo brasileiro. E informação é o que não falta por lá. O espaço conta com um museu que foi criado em 1968, o Museu de Folclore Edison Carneiro. Atualmente reúne aproximadamente 14 mil objetos de vários autores, técnicas e procedências. E a Biblioteca Amadeu Amaral, criada em 1961, que soma hoje 130 mil documentos bibliográficos e cerca de 70 mil documentos audiovisuais.

A boa notícia é que todos estes tesouros estão disponíveis para consulta – apenas no caso do acervo museológico em reservas técnicas o acesso é restrito a especialistas, em nível de pós-graduação, mediante agendamento. No site oficial do CNFCP também é possível acessar diversos materiais. O acervo digital inclui exemplares da Revista Brasil de Folclore e tantas outras publicações, como a Cordelteca, que é composta por títulos de folhetos de cordel provenientes, em sua maioria, de pesquisas de campo e doações de cordelistas.

Com direção da museóloga Claudia Marcia Ferreira, o CNFCP desenvolve uma série de programas permanentes. Na área de fomento à produção artesanal, destacam-se a Sala do Artista Popular e o Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural (Promoart), que busca apoiar produtores de artesanato de tradição cultural no Brasil, enfatizando seu profundo enraizamento na cultura local e o valor identitário que assume para diferentes grupos sociais. Na área de formação de público, o programa educativo propõe temas e novas abordagens de assuntos já estudados em sala de aula, oferecendo serviços e recursos para apoiar educadores na criação de alternativas para o estudo de folclore e cultura popular. 

Espaços
Os materiais usados para a confecção da viola de cocho, esculpida em uma peça integral de madeira, incluem o fio de algodão e a tripa de animais, entre outros. Foto: acervo IphanA Sala do Artista Popular (SAP) e a Galeria Mestre Vitalino (atualmente em reforma) são espaços para exposições. Na SAP são realizadas, desde 1983, entre 8 e 10 exposições por ano. Precedidas de pesquisas de campo e documentação fotográfica, as mostras contam com edição de catálogo etnográfico e, em decorrência da divulgação e do contato direto com o público, propiciam, para artistas e artesãos, oportunidades de expansão de mercado e condições de participação mais efetiva no processo de valorização e comercialização de sua produção. A Sala do Artista Popular (SAP) oferece, ainda, para esses artistas e comunidades, um canal permanente em seu ponto de comercialização.

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