Iphan premia 31 ações de preservação do patrimônio de povos de matriz africana
Com um colorido e uma energia mais do que especiais, os povos de matriz africana abrilhantaram a cerimônia de entrega do Prêmio Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, na última terça-feira, 15, no salão nobre do Palácio Rio Branco, localizado no Centro Histórico de Salvador (BA). O evento, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reuniu representantes de terreiros de candomblé, organizações de tradições com umbanda, jurema e batuque, sediados em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Goiás, Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Pernambuco e Bahia.
O prêmio, na sua primeira edição, tem como objeto o reconhecimento das ações de preservação, valorização e documentação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e que, em razão da sua originalidade, excepcionalidade ou caráter exemplar, mereçam divulgação e reconhecimento público.
Participaram do prêmio 157 instituições de todo o Brasil. Destas, 31 foram premiadas em duas categorias. A primeira teve seis prêmios, no valor de R$ 40 mil cada, para ações realizadas pelas associações representativas dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana de preservação do patrimônio cultural tombado ou em processo de tombamento pelo Iphan. Outros 25 prêmios, no valor de R$ 24 mil cada, foram para ações de preservação do patrimônio cultural desenvolvidas pelas associações sediados em qualquer parte do território nacional em uma dentre cinco linhas. A premiação final somou cerca de R$ 840 mil.
O Prêmio é uma ação que integra as metas do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (2013-2015), iniciativa de caráter interministerial coordenada pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Este tipo de articulação de políticas demonstra a importância do tratamento do patrimônio cultural no âmbito intersetorial, uma vez tratar-se de objeto que contempla diferentes esferas das políticas públicas.
A cerimônia de entrega do Prêmio Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana teve a participação da presidenta do Iphan, Jurema Machado, da secretária da Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ivana Bentes, da presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, do secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Carlos Paiva, diversas outras autoridades e dezenas de convidados.
Instituições premiadas
Estado |
Premiado |
Nome da Ação |
BA |
Sociedade Cruz Santa do Axé Opó Afonjá |
Casa do Alaká |
BA |
Associação Beneficente de Manutenção e Defesa do Terreiro Tumba Junsara |
Inventário dos Bens Móveis do Terreiro Tumba Junsara |
BA |
Sociedade São Jerônimo Do Alaketu |
Mimo Idana Maróialàji Alaketu – Cozinha Sagrada |
BA |
Associação Cultural e Religiosa São Salvador Ile Axé Oxumare |
Casa de Oxumaré: “Os cânticos que encantaram Pierre Verger” |
BA |
Sociedade Religiosa Zogbodo |
Luta pela liberdade religiosa e |
BA |
Associação São Jorge do Engenho Velho – ASJEV |
Preservação através da mobilização para o reconhecimento da imunidade tributária |
SP |
Ilè Alàkètu Asé Airá |
Preservação do Axé Batistini: Nosso espaço sagrado é espaço de memória |
RJ |
Associaçãoi Ilê D'oxossi |
Reforma do Salão do Ilê D'Oxossi |
SP |
Ilê T'Obaluaie |
Preservação do ambiente sagrado |
PA |
Instituto Nangetu de Tradição Afro-religios e desenvolvimento social |
Projeto Azuelar, ponto de mídia livre |
GO |
Espaço Cultural Vila Esperança |
Afoxé Ayó Delê |
AL |
Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té |
Jornal Odô Iyá |
SP |
Instituto Cultural Aruanda |
celebraçoes aos Orixás - Festas Populares |
BA |
Sociedade Inzo Nkosi Mukumbi Dendezeiro |
Mona Ua Kasamanu Muxeki |
CE |
Asé Alaketu Omin Iyá Ogum - ALOGUM |
Ojú Ewé Áiyé (os olhos das folhas para o mundo): Feiras Medicinais de terreiro e as Interfaces com o SUS |
SP |
Àgò Lònà Associação cultural |
XIV Alaiandê Xirê - Seminário Internacional de culturas africanas e afro-brasileiras |
MG |
Associação Cultural Netos de Mineiro |
Mapeamento Histórico Cultural do Terreiro de Candomblé Netos de Mineiro: Preservação e Valorização da tradição Angola em MG. |
SP |
Ilê Afro-brasileiro Ode Lorecy |
Acervo do museu Ilê Afro-brasileiro Ode Lorecy - Resgatando, preservando, disseminando e valorizando o patrimônio cultural afro-brasileiro. |
RJ |
Cepab - Centro de Estudos e Pesquisas Afro-brasileiras |
1º MIS (Museu da Imagem e do Som) da Cultura Afro-brasileira |
MG |
Associação Afro-brasileira Casa do Tesouro |
Encontro Congadeiro nas Vertentes |
MA |
Associação Beneficente Pena Dourada |
Visibilidade e Manutenção da Tradição Bantu no Brasil através do Memorial Kisimbiê - Águas do Saber |
RJ |
Instituto de Desenvolvimento cultural - INDEC |
Mãe Beata de Iemanjá: o Saber Ancestral |
BA |
Associação São Jorge Filho da Goméia |
Bankoma e a sabedoria ancestral das senhoras do mundo |
MA |
Associação Cultural Tenda de Oxalá do Povoado Mata Boi |
Praticas Culturais do Terreiro Ilê Ashé Olúfón Oxalufdan - Preservação da memória e saberes ancestrais de matriz africana do Terreiro Tenda de Oxalá no Quilombo Mata Boi - Monção, Maranhão |
RJ |
Omo Aro Companhia cultural |
Oku Abó - Vivência do Complexo Cultural dos Povos Tradicionais de Terreiros |
RJ |
Centro Espírita Caridade Eterna |
Mesa de Ogãs/Toalha de Ekedi |
PE |
Oxalá Talabi |
Programa Tradição, cultura e saúde |
MG |
Bakise Bantu Kasanjê |
O Poder das Folhas |
MA |
Grupo Sociocultural e Ambiental Cem Modos |
Bancada de Arrambã – Remédios e Comidas de Encantados e Voduns |
PE |
Ilê Olá Aganju Okoloyá |
Amalá de Xangô – O banquete do Rei |
SP |
Associação Ilé Asé Osum Obá Ochê Boiadeiros Sete Montanhas e Bará Toco Preto |
Ajeum, Sabor dos Deuses |