São Luís (MA) recebe obras do PAC Cidades Históricas
Uma semana com de novidades em São Luís, no Maranhão. Na quinta-feira, dia 22 de outubro, a partir das 16h, o estado vai receber duas obras que fazem parte do programa PAC Cidades Históricas. A primeira é restauração e adaptação do sobrado da Rua da Estrela n° 386 – sede da Fundação de Amparo a Pesquisa do Maranhão – Fapema. A segunda, reforma e adaptação do imóvel à Rua da Estrela nº 341 - Anexo da Faculdade de História da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Ambas obras tiveram o investimento de mais de R$ 2 milhões cada. A solenidade terá início no teatro João do Vale.
Ainda no dia 22, haverá uma visita à obra da Casa do Tambor de Crioula do Maranhão. Esta obra está sendo realizada com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na ordem de R$ 1,8 milhões. A Casa terá uma exposição permanente, estúdio de gravação de CD e DVD, biblioteca, salas para oficinas de dança e percursão, ala administrativa, loja e sala de informática. A previsão de entrega é dezembro de 2015. Também está programada a entrega da obra de Reforma da Praça do Pescador, realizada com recursos provenientes de compensação ambiental, no valor de R$ 150 mil. Os trabalhos foram realizado em parceria com a prefeitura de São Luís, com projeto dos alunos do curso de Arquitetura da Universidade Ceuma.
Fábrica Martins & Irmãos 1872 - 1968
A agenda continua no dia seguinte, 23 de outubro. Às 17h, será entregue a obra de estabilização das ruínas da antiga fábrica de sabão e algodão Martins & Irmãos, que abrigará o Memorial, com a exposição A Sedução das Ruínas e lançamento do livro A Sedução das Ruínas – Arqueologia: Salvamento e Resgate. O Memorial e a publicação são resultado de ação mitigadora e compensatória do processo de licenciamento ambiental do Supermercado Mateus Cajazeiras, empreendimento importante para a reabilitação urbana do Centro Histórico da cidade de São Luís.
Por meio desta ação o Iphan promove a divulgação do patrimônio arqueológico histórico maranhense e socializa este conhecimento através de um processo de educação patrimonial, que resultou na publicação e na implantação do memorial nas ruínas da antiga Fábrica Martins & Irmãos. O objetivo é que as informações contidas nesta publicação e no Memorial possibilitem à sociedade o conhecimento da história da implantação do processo de industrialização, parte integrante da memória da cidade.
Reconhecido pela diversificação dos seus negócios, o português Manoel Pereira Martins começou sua carreira no setor industrial com uma pequena fábrica de produzir sabão de andiroba no município de Morros. Na segunda metade do século XIX, os Martins já apareciam associados a Fábrica São Tiago, destacando-se como seus maiores investidores e futuros sócios majoritários. Aproveitando a boa aceitação do sabão em mercados como o da Inglaterra, equiparam a fábrica, ficando em terceiro lugar em volume de produção, perdendo apenas para a firma Bottentuit & Chavanes, que ficava na rua do Pespontão e confeccionava duas mil libras de sabão, cem velas estearinas e 250 frascos de azeite por dia. Em segundo estava a fábrica de Lázaro Moreira de Sousa, situada na Praia dos Remédios, com uma produção mensal de 32 mil libras de sabão amarelo e 60 caixas de sabão branco.
No início do século XX, a Martins & Irmãos diversificou mais ainda sua produção investindo no beneficiamento de algodão medicinal (hidrófilo), reconhecido no mercado nacional e internacional como um dos melhores do mundo. Em 1923, passou por uma renovação da sua diretoria, incluindo no quadro João Pereira Martins, Manoel Pereira Martins, João Vasconcelos Martins e Thomas Marques dos Santos, que apostaram na fabricação de gelo, produzido a partir de uma fonte de água mineral que ficava nos fundos da Fábrica Santigo. O gelo era usado na atividade pesqueira e para consumo geral.
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