Estudo de revalidação do registro do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras é apresentado

Estudo de revalidação do registro do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras é apresentado no Espírito SantoO saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de barro foi o primeiro bem cultural registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio imaterial no Livro de Registro dos Saberes, em 2002. Com o objetivo de complementar as informações contidas no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), que embasou o pedido de registro, foi realizado um estudo, entre janeiro de 2014 e abril de 2016, que resultou na Pesquisa de Revalidação do Registro do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (ES). O documento será apresentado pelo Iphan no Espírito Santo no Galpão das Paneleiras, no dia 14 de abril.

Além da apresentação do estudo, será lançada a versão curta metragem do vídeo "Saberes do Barro: o Ofício das Paneleiras em Goiabeiras", produzido no âmbito da pesquisa.

O objetivo da ação é divulgar ao público geral e autoridades o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras e a intenção do Iphan/ES em formar Conselho Gestor da Salvaguarda, composto por entidades parceiras, Iphan e detentores. A ideia é que o Conselho elabore e acompanhe o Plano de Salvaguarda a ser implementado com vistas a trabalhar elementos identificados na pesquisa como caros à continuidade do ofício em melhores condições aos detentores.

O saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de barro foi o primeiro bem cultural registrado, pelo Iphan, como Patrimônio Imaterial  em 2002Ofício das Paneleiras
O processo de produção no bairro de Goiabeiras Velha, em Vitória, no Espírito Santo, emprega técnicas tradicionais e matérias-primas provenientes do meio natural. A atividade, eminentemente feminina, é tradicionalmente repassada pelas artesãs paneleiras, às suas filhas, netas, sobrinhas e vizinhas, no convívio doméstico e comunitário. 

Apesar da urbanização e do adensamento populacional que envolveu o bairro de goiabeiras, fazer panelas de barro continua sendo um ofício familiar, doméstico e profundamente enraizado no cotidiano e no modo de ser da comunidade de Goiabeiras Velha. É o meio de vida de mais de 120 famílias nucleares, muitas das quais aparentadas entre si. Envolve um número crescente de executantes, atraídos pela demanda do produto, promovido pela indústria turística como elemento essencial do “prato típico capixaba”.

As panelas continuam sendo modeladas manualmente, com argila sempre da mesma procedência e com o auxílio de ferramentas rudimentares. Depois de secas ao sol, são polidas, queimadas a céu aberto e impermeabilizadas com tintura de tanino, quando ainda quentes. Sua simetria, a qualidade de seu acabamento e sua eficiência como artefato devem-se às peculiaridades do barro utilizado e ao conhecimento técnico e habilidade das paneleiras, praticantes desse saber há várias gerações. A técnica cerâmica utilizada é reconhecida por estudos arqueológicos como legado cultural Tupi-guarani e Una2, com maior número de elementos identificados com os desse último. O saber foi apropriado dos índios por colonos e descendentes de escravos africanos que vieram a ocupar a margem do manguezal, território historicamente identificado como um local onde se produziam panelas de barro.


Serviço
Apresentação dos Resultados da Pesquisa de Revalidação do Registro do Ofício das Paneleiras em Goiabeiras

Data: 14 de abril, às 19h
Local: Segundo andar do Galpão das Paneleiras – Rua das Paneleiras, 55 - Goiabeiras (ES)


Mais informações 
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
(61) 2024-5476 / 2024-5479
www.iphan.gov.br 
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin