Uma das últimas pinturas remanescentes da antiga Academia Imperial de Belas Artes, e salva da demolição do edifício (1937-1938), a tela Alegoria às Artes, de Léon Pallière, pode ser novamente contemplada pelo público. A obra, datada de 1855, foi totalmente restaurada, com investimentos de R$ 578 mil, com recursos do PAC Cidades Históricas. 

Considerada a obra prima do artista, o quadro integra a exposição Alegoria às Artes – Leon Pallière', aberta nesta sexta-feira, 05 de agosto, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro (RJ). A abertura da mostra contou a presença do presidente da França, François Hollande, que foi recebido pelo Ministro da Cultura, Marcelo Calero, pela presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Boagéa, além do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Marcelo Araújo, e da diretora do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Mônica Xexéo.

Alegoria às Artes retrata as musas da arquitetura, da pintura, da poesia, da música e da escultura. Com dimensões de 3,05m x 4,15m, a peça foi encomendada para adornar o teto da então Biblioteca da Academia Imperial de Belas Artes, que antecedeu a Escola Nacional de Belas Artes. A exposição é uma dos programas culturais disponíveis também para quem for conferir os jogos olímpicos e paraolímpicos realizados no Rio de Janeiro. 

Para a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, resgatar uma obra prima desta grandeza e disponibilizá-la novamente à sociedade é manter viva a cultura artística do país. A presidente esteva acompanhada dos diretores do PAC Cidades Histórica, Robson Almeida, de Articulação e Fomento (DAF), Marcelo Brito, e de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) Andrey Schlee.   

O trabalho iniciado em setembro de 2014 teve o acompanhamento de técnicos do Iphan, sendo coordenado pela restauradora do MNBA Larissa Long. No processo, estiveram envolvidos oito profissionais do Museu Nacional de Belas-Artes que mapearam as áreas danificadas, como rasgos, perda de pintura, entre outras atividades. O processo de restauração foi acompanhado de perto pelos visitantes, que puderam participar de visitas guiadas. 

Para finalizar o restauro da obra, que culminou com a colocação da moldura, foi necessário fixar estrutura do chassis produzida na França especialmente para a obra. A visitação do público pode ser realizada a partir deste sábado, 06 de agosto.

Jean Leon Pallière Grandjean Ferreira 
Nascido no Rio de Janeiro em 1823, o litógrafo, aquarelista, decorador e professor era filho do pintor Arnaud Julien Pallière (1784 - 1862) e neto do arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850). 

Mudou-se para Paris em 1830, retornando ao Brasil em 1848 passando a estudar na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Com nova estadia na Europa e de volta ao continente americano em 1855, Pallière realiza a série Alegoria das Artes Plásticas para o teto da biblioteca da Aiba, no Rio de Janeiro. Na década de 1860, percorre o litoral brasileiro publicando em 1864 o Album Pallière. Escenas Americanas. Reducción de Cuadros, Aquarelles y Bosquejos, composto de cerca de 50 litografias de trabalhos realizados em suas viagens. 

PAC Cidades Históricas 

O PAC Cidades Históricas vai além da recuperação de monumentos, utilizando a preservação do patrimônio como eixo indutor para geração de renda, agregação social e afirmação da identidade cultural. No total, são 424 ações que beneficiarão conjuntos e monumentos em condições precárias de conservação, sítios urbanos de relevância histórica, entre outros bens representativos da diversidade do processo de ocupação do país. O governo federal disponibiliza R$ 1,6 bilhão para as obras, cujos resultados já são observados pela população. 

Serviço: 
Período: De 06 de agosto a 23 de outubro.  
Horário: de terça a sexta-feira das 10h às 17h; sábados, domingos e feriados das 13h às 17h. 
Outras informações: (21) 3299-0600

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