Conjunto Moderno da Pampulha receberá certificado de Patrimônio Mundial
O Dia Nacional do Patrimônio Histórico em 2016 será marcado pela entrega do documento de inscrição do Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), na lista de Patrimônio Mundial da Unesco. A cerimônia acontecerá no próximo dia 17 de agosto, no Museu de Arte da Pampulha, com a presença do ministro da Cultura, Marcelo Calero, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, e o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda.
Com o título inédito de Paisagem Cultural do Patrimônio Moderno, o Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), foi reconhecido como Patrimônio da Humanidade no último dia 17 de julho, durante a 40ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, em Istambul, na Turquia, após decisão consensual dos 21 países que integram o grupo.
Situado em uma das regiões mais tradicionais de Belo Horizonte e de grande significado para diversas gerações, no Brasil e no mundo, o Conjunto Moderno da Pampulha foi concebido com o objetivo de criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas aos edifícios e estes à paisagem, e conta com as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na década de 1940. O conjunto possui também jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Candido Portinari e esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti e José Alves Pedrosa.
Formado por uma paisagem que agrega quatro edifícios articulados em torno do espelho d’água de um lago urbano artificial, o Conjunto Moderno da Pampulha é integrado pela Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte) e o Iate Golfe Clube (Iate Tênis Clube), todos bens construídos entre 1942 e 1943.
A área que abriga o Conjunto Moderno era parte de uma antiga fa¬zenda, responsável pelo abastecimento agrícola da cidade de Belo Horizonte. Loteada e urbanizada na década de 1940, o lugar tornou-se um empreendimento modernizador que atraiu a atenção de vários intelectuais e artistas de todo o Brasil, por promover uma interação entre arquitetura, artes plásticas e paisagismo.
Inspirado nas concepções do suíço Le Corbusier (pseudônimo de Charles-Edouard Jeanneret-Gris), criador dos Cinco Pontos da Nova Arquitetura – planta livre, fachada livre, pilotis, terraço jardim e janelas em fita –, Niemeyer planejou os edifícios do Conjunto. Por sua vez, Roberto Burle Marx teve como influência os ideais do resgate da identidade nacional e as vanguardas europeias das artes. Segundo seus próprios depoimentos, o seu contato com a riqueza da flora brasileira em jardins botânicos de Berlim (Alemanha) o fez compreender como seria importante resgatar espécimes nativas nos jardins do país. Embora muitas vezes comparados a telas de pintura, suas criações se revelam vivas por se transformarem com o passar dos anos e por representarem novas e livres maneiras de combinação cromáticas e de harmonias entre espécimes.
Serviço
Cerimônia de entrega do certificado da Unesco
Data: 17 de agosto, às 16h30
Local: Museu de Arte da Pampulha – Belo Horizonte (MG)
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