Tudo caquinho transformado em beleza

Por causa de um sonho, Sr. Gabriel decidiu embelezar sua casa

Em 1912, Gabriel Joaquim dos Santos (1892-1985), um trabalhador nas salinas, em São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos (RJ), filho de uma índia e de um ex-escravo, abusando de sua criatividade decidiu construir sua própria casa. Singela, com paredes em taipa e utilizando esteios em madeira roliça, o que chama a atenção é aquilo que o próprio Sr. Gabriel diz ser uma “casa feita de caco transformado em flor”. 

Quando a construção de sua casa já estava em andamento, Sr. Gabriel conta que, em 1923, inspirado por um sonho, começou a embelezar a casa com mosaicos, esculturas e enfeites diversos coletados no lixo e a partir de objetos quebrados. Segundo ele, eram “coisinhas de nada”; eram búzios, conchas e outros depósitos da lagoa, detritos industriais, pedaços de azulejos e faróis de automóveis que transformaram a construção. Foi assim que nasceu a Casa da Flor.

Quem chega à casa passa, primeiramente, por uma pequena escadaria guarnecida de pedras e ladeada de flores confeccionadas por cacos de louças e telhas. Nenhum arranjo é igual ao outro. Um corredor externo delimitado por um muro igualmente feito de coisas quebradas determina um primeiro espaço de convivência, ao ar livre, onde há um banco com motivos abstratos e figurativos, como flores, folhas, cachos de uva, carrancas. Internamente, a casa em formato de T, guarda outras surpresas, já que até mesmo o observador mais atento não consegue perceber todos os elementos que compõe os seus três ambientes. 

Após a morte do seu proprietário, a casa foi recuperada com recursos públicos e hoje é mantida por meio de projetos culturais. A casa possui um tutor, o sobrinho do Sr. Gabriel, que cuida da conservação da propriedade e da recepção aos visitantes.

De acordo com o parecer do Iphan, entre as justificativas para o tombamento da Casa da Flor está o ineditismo criativo, que instiga ao debate sobre os processos de produção cultural. O documento destaca que “a Casa da Flor condensa esse esforço de ordenar a desordem, a fragmentação e as oposições, de acordo com um conhecimento do valor das coisas e não da sua utilidade meramente funcional.”

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