Diamantino (MT) guarda riquezas do período das Bandeiras, no Centro-Oeste

Na região da divisão das águas das Bacias Amazônica e Platina, na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, está Diamantino, uma cidade que nasceu em função da mineração de ouro e diamante, em 1728, apenas nove anos depois das fabulosas minas de Cuiabá. O bandeirante Gabriel Antunes Maciel, numa perigosa excursão por água e por terra, entrou pelo sertão mato-grossense, até alcançar as mais altas cabeceiras do rio Paraguai e chegar ao rio Diamantino, onde ouro e diamantes eram encontrados até à flor do solo.

Quase um século depois, em 1821, barão Georg Heinrich von Langsdorff, conseguiu patrocínio do czar russo Alexandre I para organizar uma grande expedição de reconhecimento no interior do Brasil. O grupo era composto por artistas, botânicos, naturalistas e cientistas. A expedição partiu do Rio de Janeiro e percorreu cerca de 17 mil quilômetros entre os anos de 1822 e 1829, passando por Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Amazonas, analisando os aspectos naturais, sociais, etnológicos e linguísticos brasileiros. A região de Diamantino foi um dos pousos dessa expedição.

Ministro do Supremo Tribunal Federal se reúne com presidente do Ipha, Kátia BogéaA preocupação sobre a preservação da história e da memória de Diamantino foi um dos aspectos da conversa entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Kátia Bogéa. De acordo com o ministro, a cidade apresenta diversos exemplos da arquitetura da época da mineração, entre elas a Casa Canônica de Diamantino, tombada em 2003 e revitalizada no ano de 2007 pelo Governo do Estado, que passou a ser chamada de Casa Memorial dos Viajantes. Gilmar Mendes contou, ainda, que desde 2011 Diamantino mantém uma exposição permanente com reproduções de desenhos e aquarelas de Rugendas, Taunay e Florence e mapas inéditos de Rubtsov, criados durante a expedição Langsdorff.

A presidente do Iphan informou que será iniciado o estudo sobre a história do município com vistas a garantir a proteção de seu patrimônio cultural. Também participaram da reunião com o ministro o diretor do Departamento de Patrimônio Material (Depam/Iphan), Andrey Rosenthal Schlee, e o procurador chefe da Procuradoria Federal no Iphan (PF/Iphan), Heliomar Alencar de Oliveira.

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