Fortificações brasileiras serão foco de política para incremento do turismo no Brasil

Abertura do Seminário Fortificações BrasileirasTeve início nesta terça-feira, dia 4 de abril, o Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial, que acontece até o dia 7 de abril, no Forte das Cinco Pontas, na cidade do Recife. Representando a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional (Iphan), Kátia Bogéa, o diretor do Departamento de Patrimônio Material (DEPAM/Iphan), Andrey Schlee, saudou todos os parceiros do evento e da gestão desses monumentos em todo o país, ressaltando que esse  importante encontro internacional é uma grande oportunidade de refletir as política nacionais que estão sendo construídas em face a esse conjunto enorme de bens protegidos no país. Ele ressaltou que o evento ocorre em um “momento de fragilidade e é muito sintomático que se fale de fortificações em um forte, pois nos mostra que estamos cada vez mais ciente do nosso papel, especialmente como servidores do Iphan, de continuar lutando pela preservação do rico patrimônio nacional”.

Abertura do Seminário Fortificações BrasileirasO diretor do Iphan lembrou ainda do percurso para construir a candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio Mundial que, em 2015, foi apresentada ao Comitê do Patrimônio Mundial, sendo incluída na Lista Indicativa. Nesse momento, foi possível concluir o que é uma candidatura, o que significa a dificuldade,  em um universo imenso de fortificações, de definir uma narrativa que fosse capaz de explicar esse sistema defensivo do país.

O representante do Ministério do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, destacou que “essa parceria vem num momento muito importante, e esse evento torna-se salutar na medida em que precisamos demonstrar essa continuidade da evolução do turismo no Brasil. Eu sempre digo o seguinte: se nós trazemos o enredo, vocês trazem a partitura. Nós viemos com a prosa, vocês trazem o verso. Nós viemos com essa pretensão de continuar crescendo o turismo no Brasil e vocês nos apresentam esses equipamentos fantásticos”. 

Diretor de Articulação e Fomento do Iphan, Marcelo Brito, fala sobre a candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio MundialDiretor de Articulação e Fomento do Iphan, Marcelo Brito fala sobre a candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil à Patrimônio MundialTambém nesta terça-feira, o diretor do Departamento de Articulação e Fomento (DAF) do Iphan, Marcelo Brito, apresentou o processo que resultou na apresentação da candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio Mundial. Segundo o diretor, esse trabalho teve início em 2008, com uma rigorosa seleção entre as 62 fortificações tombadas pelo Iphan, até chegar nas 19 que compõem a candidatura seriada. Em 2015, o Comitê do Patrimônio Mundial aceitou a inscrição na lista. Agora, o trabalho consiste em definir as ações necessárias para o desenvolvimento dessa candidatura, que tem na gestão uma dimensão fundamental que exigirá o estabelecimento de diretrizes, a definição e reforço a usos compatíveis e a sua apropriação cultural, econômica e social desse Conjunto, seguindo as orientações do comitê.

O Seminário Internacional Fortificações Brasileiras – Patrimônio Mundial: estudos para análise de modelos de gestão e valoração turístico-cultural reúne gestores de fortificações e agentes públicos do Brasil, da América Latina e da Europa. Os debates vão abranger modelos de gestão, além da dinamização da atividade turística, sempre visando a possibilidade de aprimoramento constante dessas questões. A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, destaca que “a maioria das fortificações encontra-se com usos que demandam uma avaliação de funcionamento e aproveitamento e vamos trazer experiências concretas para avançarmos na discussão sobre a gestão desses monumentos. Para tanto, esse processo exige uma importante parceria entre os Ministérios da Cultura, do Turismo, e da Defesa, além dos gestores públicos e da iniciativa privada”.

O ministro do Turismo, Marx Beltrão, lembra que o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking global de recursos culturais, segundo o Fórum Econômico Mundial, e ressalta que o seminário contribuirá para o melhor aproveitamento do potencial de fortificações como produtos turísticos. Ele acrescenta que um plano em estudo pelo MTur prevê melhorias no ambiente de negócios da área, com o incentivo à realização de parcerias público-privadas, e enfatiza que os monumentos ajudam a diversificar a oferta turística de destinos nacionais. “Assim como ocorre em vários países do mundo, queremos utilizar as fortificações para incentivar cada vez mais visitantes a conhecerem a nossa cultura, a nossa história, ajudando a gerar emprego e renda. Por meio desse seminário, com muitos debates, vamos definir a forma de gestão ideal para fazer das fortificações grandes equipamentos turísticos do país”, observa o ministro.

O Forte São Tiago das Cinco Pontas, em Recife, construído em 1630, é o local de realização do Seminário Internacional Fortificações BrasileirasNos próximos dias, o Seminário discutirá a gestão das fortificações com foco, sobretudo, na candidatura como bem seriado do Conjunto de Fortificações do Brasil a Patrimônio Mundial pela UNESCO. O Iphan, em parceira com os Ministérios da Cultura, Turismo e Defesa, realiza o encontro com o objetivo de refletir e debater as ações necessárias para a criação de uma plataforma comum. A proposta é que, ao final do encontro, seja assinada a Carta do Recife, com diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas e para a certificação de destinos patrimoniais, visando, ainda, acordos específicos para cada fortificação com a definição de diretrizes de trabalho que deverão nortear o desenvolvimento das suas ações.

Para os debates e a realização das oficinas de trabalho, os participantes contarão com a presença de representantes da Fortaleza de Dalt Vila, em Ibiza (Espanha); Castelo de São Jorge, em Lisboa (Portugal); Castelo de San Felipe de Barajas, em Cartagena de Indias (Colômbia); e Sistema de Fortificações de Havana (Cuba), que irão partilhar suas experiências na gestão dos bens. Também serão abordados casos como modelos de gestão para a realidade brasileira, como a Fortaleza de Tapirandú, em Morro de São Paulo (BA), o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ) e o Forte das Cinco Pontas, no Recife (PE). 

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