A partir do próximo dia 7 de julho, o público alemão poderá conhecer mais da obra de um grande artista brasileiro. Produzida pelo Museu Judaico de Nova York, com curadoria de Jens Hoffmann e Claudia J. Nahson, a exposição Roberto Burle Marx: Brazilian Modernist fica em cartaz na Galeria de Arte do Banco da Alemanha (Deutsche Bank Kunsthalle), em Berlim, até o dia 3 de outubro. O evento tem patrocínio do Banco da Alemanha e conta com a colaboração do Sítio Roberto Burle Marx do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SRBM/Iphan),
 
A mostra, que ilustra toda a amplitude da produção artística do paisagista, será vista pela primeira vez na Alemanha e apaga as fronteiras entre os diferentes meios e disciplinas. Isso se evidencia, sobretudo, nas aquarelas e desenhos de Burle Marx feitas para projetos de paisagismo e desenho urbano, que abrem a exposição - por exemplo, os desenhos para o terraço-jardim projetado em 1938 para o Ministério da Educação e Saúde erguido por Niemeyer, Costa e Le Corbusier; o Parque do Flamengo no Rio de Janeiro (1961); e a pavimentação ondulante, mundialmente famosa, da Avenida Atlântica (1970) em Copacabana. 
 
Muitos desses projetos se relacionam à arte abstrata e estão em sintonia com as obras de arte contemporânea apresentadas na exposição, como a pintura de 2003 pela artista brasileira Beatriz Milhazes. Para ilustrar a influência artística de Burle Marx, suas obras entram em diálogo com trabalhos de artistas contemporâneos internacionais. Entre eles estão Juan Araujo, Paloma Bosquê, Dominique Gonzalez-Foerster, Veronika Kellndorfer, Luisa Lambri, Arto Lindsay e Nick Mauss.

O Sítio Roberto Burle Marx/Iphan empresta 58 obras de seu acervo para a exposição, que ficará em cartaz em Berlim de 7 de julho a 3 de outubro de 2017. No ano passado, a mostra ficou aberta ao público no Museu Judaico em Nova Iorque (EUA), de 6 de maio a 18 de setembro.
 
Após esse período fora do Brasil, a exposição retorna ao Brasil e se instala no Museu de Arte do Rio, no Rio de Janeiro, de novembro de 2017 a Março de 2018 (isto ainda não está garantido; o MAR está em dificuldades, cortou a exposição de seu calendário, depois a retomou, e agora está tentando obter a parte que falta do patrocínio). Além das obras pertencentes à coleção do Sítio Roberto Burle Marx, a exposição conta com obras do escritório Burle Marx & Cia., da Prefeitura Municipal de Santo André e de particulares.
 
Sobre o artista
Roberto Burle Marx (1909–1994) foi um renascentista do século XX: paisagista, pintor, escultor, cenógrafo, ativista ambiental. Durante a sua carreira de mais de sessenta anos, ele projetou mais de 2000 jardins ao redor do mundo e, em expedições, descobriu quase 50 novas espécies de plantas. Ao mesmo tempo, criou objetos independentes, de extraordinária beleza. Em seu país de origem, o Brasil, Burle Marx, junto com os arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, é reverenciado como um pioneiro do Modernismo Brasileiro. Seus projetos para a capital, Brasília, e principalmente para o Rio de Janeiro produziram um impacto duradouro sobre a face dessas cidades. Seu paisagismo revolucionário, relacionado à pintura abstrata, tem reputação internacional ainda hoje. O restante de sua obra, contudo, é praticamente desconhecido.