Ação é premiada por promover diversidade cultural dos quilombolas do Vale do Jequitinhonha (MG)
Lugar de dor, lugar de luta. No descanso, faz-se a morada da resistência, da busca pela liberdade. Num pedaço de solo onde brota esperança, memória, cultura e tradição, que os ancestrais do povo negro revivem. São ali eternizados, ao transmitir aos jovens seus nobres ensinamentos, com respeito e amor. Nos quilombos, os afrodescendentes mantêm vigoroso seu rico legado. Em sua própria terra, nutrem suas raízes culturais, formando um forte vínculo com o passado, sem tirar o foco do futuro.
Em reconhecimento à importância das vivências, dos saberes, das expressões e das manifestações culturais dos povos quilombolas do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que o projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória empenha esforços em preservar esses bens como verdadeiro patrimônio cultural.
O projeto, que pesquisou e registrou a diversidade cultural nas comunidades quilombolas dos municípios de Berilo, Chapada do Norte, Minas Novas e Virgem da Lapa, do Vale do Jequitinhonha, é um dos vencedores da 30ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. A iniciativa, que realiza um relevante trabalho de resgate e preservação da memória histórica e cultural desses povos, receberá R$ 30 mil como prêmio. A cerimônia de premiação das oito ações vencedoras deste ano será realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ), no dia 24 de outubro.
Quilombolas do Vale do Jequitinhonha: As tradições, que se mantêm vivas
A concentração da população negra no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, se deu desde o início do século XVIII, quando as atividades garimpeiras do ouro eram operadas pelos negros escravizados. Por ter sido um dos principais refúgios dos escravos que fugiam das senzalas, o território do médio Jequitinhonha possui hoje uma exuberante diversidade cultural, e de forma significativa, as manifestações da cultura afrodescendente permanecem na região.
Enquanto os habitantes mais velhos guardam a memória de sua história, os mais jovens lutam para que essas tradições não se percam com o passar do tempo. Nos quatro municípios pesquisados, a equipe de documentaristas do projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória (MG) participou de festas, encontros, apresentações, especialmente marcadas para esses registros, nas quais as comunidades revelaram suas danças, histórias e canções.
Ancestralidade, alegrias, dificuldades, costumes, festas e conhecimentos tradicionais são registrados pelo projeto, por meio de depoimentos históricos de personagens importantes, de diferentes gerações, traçando o perfil da vida nas comunidades quilombolas. Além disso, a ação editou um livro com entrevistas, fartamente ilustrado. O trabalho resultou também na produção de 30 vídeos de curta duração, de um banco de imagens e de um site, que disponibiliza todo o material gratuitamente para o público.
É nesse contexto que o trabalho realizado pelo projeto Quilombos do Vale do Jequitinhonha: Música e Memória reforça a certeza de que o Vale é uma região na qual o fazer do povo, seja na dança, na religião, na culinária, ou em seu cotidiano, é muito vivo. Essas ações têm colaborado para que os grupos quilombolas resistam ao sistema, apesar das violações de seus direitos ao longo de décadas.
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