Prorrogada inscrição de Prêmio sobre boas práticas de salvaguarda de Sistemas Agrícolas Tradicionais

A Bacia do Rio Negro é formada por um mosaico de paisagens naturais que abrange a floresta de terra firme, campina, vegetação de igapó e chavascal

As inscrições para o Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais foram prorrogadas até o dia 20 de fevereiro de 2018. Serão contempladas 15 ações de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial e conservação dinâmica de SAT, que dividirão o prêmio de R$925 mil.

A iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), tem como objetivo reconhecer boas práticas presentes nos Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) no Brasil. 

Os sistemas agrícolas de povos indígenas e de comunidades tradicionais, no Brasil, são parte importante da dinâmica econômica de diversas regiões. Sua manutenção está vinculada aos saberes ancestrais dessas populações, patrimônios culturais que guardam modos únicos de preservação da agrobiodiversidade.

Além do prêmio em dinheiro, os vencedores recebem capacitação da Embrapa e orientação para, caso desejem, se candidatarem a receber o título de Sistema Agrícola Tradicional Globalmente Importante (Globally Important Agricultural Heritage Systems, GIAHS). A FAO já concedeu o título de GIAHS a 36 sistemas agrícolas tradicionais do Chile, Peru, Filipinas, China, Bangladesh, Índia, Japão, Coreia do Sul, Argélia, Irã, Marrocos, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Egito, Quênia, Tanzânia e México. O lançamento da premiação, que aconteceu durante o VI Congresso Latino-Americano de Agroecologia, em Brasília.

Resultados
A parceria entre BNDES, Iphan, Embrapa e FAO pretende dar visibilidade, fortalecer e apoiar as condições de sustentabilidade dos SAT existentes no Brasil, tendo como pressuposto o desenvolvimento de processos participativos na construção e no fortalecimento da autonomia das comunidades envolvidas. Outro resultado importante da ação é o mapeamento das boas práticas de salvaguarda e conservação relacionadas aos SAT, fornecendo subsídios para a elaboração de políticas específicas para esses públicos, com destaque para a identificação desses sistemas, pelo Iphan, e o reconhecimento de GIAHS.

Sistemas Agrícolas Tradicionais
Os povos e comunidades tradicionais possuem formas únicas de praticar a agricultura, que expressam saberes particulares, envolvendo desde o cultivo da terra até diversos outros processos simbólicos e produtivos, de maneira integrada, constituindo os chamados Sistemas Agrícolas Tradicionais.

Um SAT pode ser definido como um conjunto de elementos que inclui saberes, mitos, formas de organização social, práticas, produtos, técnicas/artefatos e outras manifestações associadas. Eles formam sistemas culturais que envolvem espaços, práticas alimentares e agroecossistemas manejados por povos e comunidades tradicionais e por agricultores familiares. Os SATs integram o patrimônio cultural imaterial das comunidades que os praticam.

SAT Rio Negro
Em 2010, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro foi registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, entendido como um conjunto estruturado, formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos. Esse bem cultural está ancorado no cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) e apresenta como base social os mais de 22 povos indígenas, representantes das famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku (não identificadas), localizados ao longo do rio Negro em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, até a fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.

Os povos indígenas que habitam a região noroeste do Amazonas, ao longo da calha do rio Negro e das bacias hidrográficas tributárias, detêm o conhecimento sobre o manejo florestal e os locais apropriados para cultivar, coletar, pescar e caçar, formando um conjunto de saberes e modos de fazer enraizados no cotidiano. O Sistema acontece em um contexto multiétnico e multilinguístico em que os grupos indígenas compartilham formas de transmissão e circulação de saberes, de práticas, de serviços ambientais e de produtos. É possível identificá-lo, uma vez que ele é elaborado constantemente pelas pessoas que o vivenciam.

SERVIÇO
Prêmio BNDES SAT

Edital disponível a partir de 13/09 na página do BNDES www.bndes.gov.br/
Dúvidas: premiosatbndes@embrapa.br.
 

Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan

comunicacao@iphan.gov.br
Fernanda Pereira – fernanda.pereira@iphan.gov.br 
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Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro

  • AM_IMAT_Sistema_Agricola_Rio_Negro
    No Sistema Agrícola Tradicional do Alto Rio Negro o cultivo da mandioca caracteriza um modelo de sustentabilidade, envolvendo saberes, sistemas alimentares, normas e direitos
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    O cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) é o meio de sustento de famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku, localizados ao longo do rio Negro
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    No Sistema Agrícola Tradicional do Alto Rio Negro o uso da mandioca representa um dos pilares da cultura dos povos da região
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    No Sistema Agrícola Tradicional do Alto Rio Negro o uso da mandioca representa um dos pilares da cultura dos povos da região
  • AM_IMAT_Sistema_Agricola_Rio_Negro
    O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro foi reconhecido como patrimônio cultural brasileiro em novembro de 2010 pelo Iphan
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    O cultivo da mandioca brava, por meio da técnica de queima, plantio e manejo de capoeiras (conhecido como coivara), é a base desse sistema, compartilhado por mais de 20 povos indígenas
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    Diversidade das plantas cultivadas é uma característica do Sistema Agrícola Rio Negro
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