Cerca de 80 grupos de Congadas, entre ativos e na memória recente, foram identificados no Estado de São Paulo. Os dados são da pesquisa realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) e integrarão o Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Iphan.

O trabalho tem o objetivo de mapear os grupos de Congada do estado de São Paulo, e com isso contribuir para o processo de Registro dessa manifestação cultural como Patrimônio Cultural do Brasil, é o que explica o Marcos Rabelo do Iphan em São Paulo. “Este é o momento de conhecer os grupos, saber onde estão e como se organizam, criando uma base de dados que será o ponto de partida para as futuras ações de salvaguarda”.

O projeto foi realizado entre 2015 e 2016 por meio de um Convênio firmado entre o Iphan e o CECP, e contou com apoio da Prefeitura de São José dos Campos, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e do Museu do Folclore de São José dos Campos, além da cooperação da Universidade de Taubaté (Unitau). Nesta etapa preliminar do Inventário, buscou-se identificar os grupos de Congada ainda ativos e aqueles que estão na memória dos antigos praticantes. As outras fases irão aprofundar os conhecimentos sobre o bem cultural, por meio de pesquisas de campo e documentação dos mestres e grupos.

A etapa preliminar da pesquisa foi apresentada no dia 25 de novembro em São José dos Campos (SP), quando também ocorreu a abertura da exposição Congado Paulista: Dança, Canto e Devoção. Aberta até o dia 20 de janeiro de 2018 no Museu Municipal de São José dos Campos, a exposição mostra em fotos, textos e vídeos todo o andamento da pesquisa.  

"Estou feliz e orgulhosa pelo trabalho que realizamos nestes dois anos de pesquisa”, destaca a cientista social e folclorista Angela Savastano, presidente CECP. O historiador e pesquisador Fábio Bueno, responsável pela condução da pesquisa informou que o trabalho terá continuidade por meio de convênio do CECP com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, financiado pelo Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD).

O INRC
O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) é uma metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Iphan para produzir conhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para determinado grupo social. Contempla, além das categorias estabelecidas no Registro, edificações associadas a certos usos, a significações históricas e a imagens urbanas, independentemente de sua qualidade arquitetônica ou artística.

A delimitação da área do Inventário ocorre em função das referências culturais presentes num determinado território. Essas áreas podem ser reconhecidas em diferentes escalas, ou seja, podem corresponder a uma vila, a um bairro, a uma zona ou mancha urbana, a uma região geográfica culturalmente diferenciada ou a um conjunto de segmentos territoriais.

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