Terreiro Tumba Junsara (BA) pode receber proteção do Iphan
Legado, resistência e religiosidade compõem a essência do Terreiro Tumba Junsara, em Salvador (BA), que está entre os mais antigos de tradição Angola no Brasil. Fundado em 1919 pelos irmãos Manoel Rodrigues e Ciriaco, o Terreiro de candomblé, de tradição angola, faz da milonga (mistura) um caminho para manter suas referências culturais. Uma característica da Nação Angola, por exemplo, é a presença de um culto específico em reverência aos ancestrais indígenas.
Em 1919 o Tumba Junsara estava em Acupe, município de Santo Amaro (BA). Logo após a fundação, o terreiro teve que ser transferido para Pitanga, também em Santo Amaro e depois para Beiru, em Salvador. Em 1920 mudou-se para a Ladeira do Pepino, próximo ao Engenho Velho de Brotas, e em 1938 passa a ocupar o endereço atual, na Ladeira da Vila América. Tumba Junsara está em uma região de Salvador que concentra vários terreiros, entre eles, alguns já tombados pelo Iphan, como Oxumaré, Gantois e Alaketo e Casa Branca.
Assentamentos, moradias, barracão, mata e uma fonte de água, é a estrutura atual do terreiro. A Fonte Dandalunda recebe quem entra no terreiro. Bem no meio está a moradia principal e mais antiga, que antecede o quarto do segredo, Lemba Oxalá. A cozinha da residência é também a cozinha sagrada. A mata reduzida é formada por pés de nativo, jurema, bambu, obi e akokô, que têm uso medicinal em rituais, alimentar e paisagístico.
A Casa reproduz em seu território as estruturas litúrgicas e mundanas necessárias para a tradição, o espaço mato e o espaço construído, que juntos, formam uma área sagrada. A comunidade do Terreiro Tumba Junsara abraça as tradições e se reinventa como culto.