A materialidade do Patrimônio Cultural preservada

Museu Nacional do Mar (Baía da Babitonga) - São Francisco do Sul  (SC)Ao todo, a região Sul possui mais de 150 bens tombados individualmente e 13 conjuntos urbanos tombados pelo Iphan. Como exemplo, o patrimônio urbanístico e arquitetônico do centro histórico de São Francisco do Sul (SC), que tem protegida, desde 1987, a área que abrange o núcleo original da cidade, as paisagens envolvem as montanhas e a orla marítima. Antigos casarios, igrejas, sambaquis, e monumentos compõem esse patrimônio cultural. 

Já no Paraná, Paranaguá desenvolveu-se em torno de seu porto e foi o primeiro núcleo urbano do estado. Na primeira metade do século XX, foram construídas as docas do Porto de D. Pedro I e a cidade passou a figurar entre os principais portos brasileiros, seu centro histórico foi tombado pelo Iphan em 2009. Na região montanhosa do vale do Rio das Antas (RS), a colônia de Antônio Prado foi criada em 1886, por imigrantes italianos. O seu traçado urbano quadriculado é típico das povoações organizadas por engenheiros militares, no século XIX. Esse conjunto arquitetônico e urbanístico foi tombado pelo Iphan em 1990.  

Desde 2007, o Iphan tem a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. O Patrimônio Ferroviário está presente em 40 cidades da região Sul: são bens imóveis e móveis, incluindo, por exemplo, estações, armazéns e infraestruturas ferroviárias.  

Ilha do Campeche, sítio arqueológico e paisagístico em Florianópolis (SC)
Complexo Matarazzo em Antonina (PR)
Antônio Prado (RS)
Porto Alegre (RS)

Quando se fala em preservação da memória ligada ao patrimônio marítimo, o Museu Nacional do Mar, localizado em São Francisco do Sul (SC), reúne a história do patrimônio naval brasileiro, preservando-o e inserindo-o como fator de valorização dos contextos navais tradicionais do Brasil. O museu foi fundado no início da década de 1990 e instalado nos antigos galpões da Companhia Hoepcke. Seu acervo é composto por 81 embarcações em tamanho natural, 104 modelos navais, 102 peças de artesanato, cerca de 200 peças de modelismo e artesanato naval, três maquetes diorama, oito equipamentos e acervo documental e bibliográfico da Biblioteca Kelvin Duarte, formada por mais de dois mil volumes, incluindo obras raras, fotografias, desenhos, cartas náuticas, manuscritos, croquis e outros registros inéditos sobre o patrimônio naval brasileiro e do mundo. Em 2017, o museu foi reaberto ao público após mais uma etapa importante das reformas emergenciais e o acervo da biblioteca foi disponibilizado em formato digital por meio do Portal Barcos do Brasil. Também relacionada ao patrimônio marítimo, a Canoa de Pranchão do Rio Grande (RS), de nome Tradição, tombada em 2010 pelo Iphan, foi reconhecida como o único modelo de embarcação tradicional desenvolvido no estado. Existe menos de uma dezena de remanescentes das mais de 500 embarcações desse tipo que navegavam no estuário da Lagoa dos Patos, em meados do século XIX. 

Ao Iphan cabe também fazer a gestão dos mais de 6 mil sítios arqueológicos cadastrados nas três unidades da federação sulistas. É válido ressaltar que na região Sul hoje encontra-se o estado com o maior número de sítios arqueológicos cadastrados em todo país: no Rio Grande do Sul são quase 3,7 mil no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA/Iphan). Esses vestígios de atividades humanas chegam a remontar em até cerca de 10 mil anos e são caracterizados por uma variedade de resquícios que passa desde estruturas/casas subterrâneas, sambaquis e cerritos, até uma grande quantidade de sítios arqueológicos a céu aberto com abundância de materiais líticos e cerâmicos. De acordo com o CNSA/Iphan, a grande maioria dessas áreas está relacionada ao período pré-colonial, restando poucos sítios relacionados a períodos mais recentes tais como o período de contato com os colonizadores e histórico.

A região possui, também, cinco bens arqueológicos tombados: a Coleção Etnográfica, Arqueológica, Histórica e Artística do Museu Coronel David Carneiro (PR), Coleção Etnográfica, Arqueológica, Histórica e Artística do Museu Paranaense (PR), Remanescentes do Povo e Ruínas da Igreja de São Miguel (RS), a Coleção Arqueológica João Alfredo Rohr (SC) e a Ilha do Campeche: sítio arqueológico e paisagístico (SC). 

A Ilha do Campeche, em Florianópolis, foi tombada em 1998 por seus atributos arqueológicos e paisagísticos e possui a maior concentração de oficinas líticas e gravuras rupestres do litoral brasileiro. Entre os tesouros deixados pelos povos antigos há inscrições e registros considerados de grande importância por ser a maior concentração desse tipo em um único sítio arqueológico de todo o litoral brasileiro. São desenhos que lembram flechas e máscaras, símbolos geométricos, um monolito com nove metros de altura e um ponto magnético sinalizado com inscrição rupestre onde as bússolas têm comportamento alterado. O local possui também ruínas de armação de baleia, datadas de 1772.

A preocupação do Iphan em manter preservado esses bens pode ser medida também pelas ações do PAC Cidades Históricas realizadas em cidades dos três estados, somando uma previsão de investimento de mais de R$ 210 milhões divididos em 50 ações. Das 44 cidades brasileiras escolhidas para serem integradas ao programa, sete estão na região Sul: Antonina (PR); Florianópolis e Laguna, em Santa Catarina; Pelotas, Jaguarão, Porto Alegre e São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. 

Como exemplo, é possível citar a restauração dos mercados municipais de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Jaguarão (RS); Em Laguna (SC), a Restauração da Antiga Estação Ferroviária; Em Antonina (PR), a Restauração do Armazém Macedo e Barracão Anexo; E no Rio Grande do Sul, Pelotas está recebendo a obra da Restauração do Theatro Sete de Abril e Em São Miguel das Missões a Requalificação urbanística do entorno do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo. 

O Patrimônio Cultural do Sul do país é um retrato da diversidade e riqueza da cultura brasileira. São inúmeros bens tombados, registrados e valorados que ajudam a contar uma história milenar de luta, trabalho e esforço de cada um dos povos para manter sua cultura.

 
 
Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Fernanda Pereira – fernanda.pereira@iphan.gov.br
Glória Tega - gloria.tega@iphan.gov.br 
(61) 2024-5532 - 2024-5511 - 2024-5513
(61) 99381-7543
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr
Compartilhar
Facebook Twitter Email Linkedin