Festa afro-brasileira e memorial da imigração podem se tornar Patrimônio Cultural
Dois bens culturais, um representando a luta pela liberdade da população negra e outro a história da imigração europeia no Brasil, poderão se tornar Patrimônio Cultural do Brasil nos próximos dias. O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reunirá, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, para apreciar o tombamento do Museu ao Ar Livre de Orleans (SC), no dia 12 de junho, e o registro do Bembé do Mercado, celebração afro-brasileira realizada há 130 anos no Recôncavo Baiano, no dia 13 de junho.
Museu ao ar livre
Criado para ser a memória viva da imigração e da colonização da região do Sudeste catarinense, o Museu ao Ar Livre Princesa Isabel, em Orleans (SC), preserva de maneira viva e dinâmica as técnicas e métodos de trabalho dos colonos chegados entre meados do século XIX e início do século XX.
Além de ser um espaço que dá visibilidade à contribuição do imigrante europeu para a cultura nacional e o desenvolvimento da região, o acervo do Museu ao Ar Livre Princesa Isabel representa um momento pré-industrial da história da tecnologia no Brasil, onde conviviam o uso de máquinas e o artesanato. Assim, trata-se de um pedido de tombamento relacionado diretamente com a atuação do Iphan no campo do patrimônio industrial e da industrialização do Brasil, valorizando o aspecto cultural do universo do trabalho. Caso aprovada pelo Conselho Consultivo, a proteção federal ao museu valoriza a presença do elemento da imigração europeia na formação do país, contribuindo para a diversidade de etnias e elementos que formam o rico Patrimônio Cultural Brasileiro.
Bembé do Mercado
A manifestação afro-brasileira Bembé do Mercado, que teve início em 1889, um ano após a abolição da escravatura, é celebrada há 130 anos, todo dia 13 de maio. O momento é o de rememorar a luta pela liberdade e a resistência dos povos negros, primeiro como escravizados, depois como cidadãos.
O Bembé do Mercado realizado em Santo Amaro (BA) é como um balaio de história, cultura, arte e ação política que acolhe importantes manifestações de matriz africana. A capacidade inventiva e transformadora desta festa permitiu que ela sobrevivesse neste espaço por mais de um século, sendo um marco contra o passado escravagista. Por isso, sua relevância para a memória, a história e a cultura nacional.
A festa secular tem, também, outros bens culturais associados, como a capoeira, samba de roda, além do teatro Nego Fugido, que representa a violência da escravidão; o Lindro Amor, cortejo feminino feito para comemoração dos festejos de São Cosme e São Damião; a Burrinha; e a Puxada de Rede, todos relacionados às referências culturais da diáspora africana.
Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, antropologia, arquitetura e urbanismo, sociologia, história e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), a Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), o Ministério da Educação, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), o Ministério do Meio Ambiente, Ministérios das Cidades, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.
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