Com 31 fotografias, exposição fica disponível ao público até o dia 4 de março
 

Depois de uma temporada no Museu da Imagem e do Som (MIS), a exposição Fotoarqueologia que fica na amazônia: sítios, vestígios e andejos ribeirinhos vai ser inaugurada no Museu da Fortaleza de São José de Macapá (AP) nesta terça-feira, 11 de fevereiro. Parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a empresa Cadam S.A., a mostra estabelece diálogos entre imagem e arqueologia na Amazônia a partir de um conceito amplo: de fotografias com peças cerâmicas isoladas a práticas de comunidades em sítios arqueológicos. A exposição ficará aberta à visitação de 12 de fevereiro a 4 de março de 2020.

Por meio da intersecção entre os dois temas, o objetivo é levar à população urbana da foz do rio Amazonas trechos da realidade material de diferentes ambientes inseridos na região. “Chamando assim, de fotoarqueologia, é uma forma de gerar uma reflexão no público, por meio dessa narrativa visual. É gerar um conhecimento dentro dessa perspectiva da relação entre arqueologia e fotografia”, declarou o autor da exposição, Maurício de Paiva, que é fotógrafo documentarista e jornalista independente. “Uso a arqueologia como fio condutor para minhas narrativas visuais.”

A exposição reúne 31 fotos de paisagens naturais, sítios arqueológicos, do cotidiano da população e de artefatos, como banco indígena da fase marajoara (séc. IV a XIV) e urna funerária antropomorfa da fase maracá (a partir do século XI), oriunda de antigos cemitérios indígenas em salões de cavernas do Amapá. As imagens revelam intersecções entre cultura, paisagem e artefatos, tendo como pano de fundo a realidade social e o Patrimônio Cultural da Amazônia. Conectando presente e passado, a metodologia da fotoarqueologia demonstra, também, como a população está inserida nos sítios arqueológicos da região. Por fim, a proposta é criar laços identitários entre a comunidade e o seu Patrimônio Cultural.

A concepção da exposição também deriva do encontro entre a experiência profissional de Maurício e o patrimônio arqueológico. Além disso, uma das propostas é que a mostra dialogue especificamente com a população da região. “A exposição vai ficar aqui na região amazônica. Ela não vai pra fora. Sou eu, fotógrafo, dizendo que essa fotografia é também um patrimônio. Dá pra conceber uma ideia de patrimônio imagético”, avalia o profissional, que já fotografou coleções arqueológicas do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, do Museu Nacional e do Museu Paraense Emílio Goeldi.

A estreia da exposição ocorreu no Museu da Imagem e do Som (MIS) entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. A partir desta quarta-feira, 12, as fotografias podem ser vistas no Museu da Fortaleza de São José de Macapá (AP). A proposta é seguir rumo a outras capitais amazônicas: também está em negociação que a mostra seja levada a Belém (PA). A exposição é financiada com recursos da mineradora Cadam S.A.

Fortaleza de São José de Macapá (AP)

Construída entre 1764 e 1782, por ordens do marquês de Pombal, a fortaleza de São José de Macapá hoje é um dos 19 fortes e fortalezas que compõem o Conjunto de Fortificações do Brasil, candidato a Patrimônio Mundial. A edificação, construída com mão de obra de africanos escravizados, fez parte da estratégia pombalina de expansão do poder colonial na Amazônia e consolidação territorial em regiões de litígio. Hoje, a fortaleza é um espaço de cultura e lazer.  

Serviço:

Exposição “Fotoarqueologia que fica na amazônia: sítios_ vestígios e andejos ribeirinhos”
Data: 12 de fevereiro a 4 de março, de terça a domingo, das 8h às 18h
Local: Museu da Fortaleza São José de Macapá
           Rua Cândido Mendes, s/n – Centro, Macapá (AP)

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