Igreja do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), é novo patrimônio cultural brasileiro

Foi aprovado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural o tombamento da Igreja do Divino Pai Eterno, localizada em Trindade, Goiás. Os conselheiros estão reunidos na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, e também aprovaram nesta quarta-feira (05) o Registro da Festa do Senhor do Bonfim, na Bahia.

A igreja materializa a ocupação do interior do país, em que pessoas simples, amparadas em sua fé e movidas por um ideal comum, migram, instalam-se em uma porção de terra e sacralizam o que então era um lugar comum. A construção tem relação direta com a romaria de cerca de 2,5 milhões de devotos que acontece anualmente à cidade e, desde sua primeira construção, em 1843, é polo dinamizador dessas expressões culturais, sendo um componente referencial do evento.

Os romeiros e o Santuário
As romarias à Trindade tiveram início em 1840 após a descoberta de uma pequena medalha de barro com a imagem da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. A partir daí, famílias de amigos e vizinhos começaram a se reunir para rezar o terço em louvor ao Divino Pai Eterno.

Por alguns anos, a devoção foi praticada naquele ambiente familiar, entretanto, com o crescimento do número de devotos, foi construída por volta de 1843 uma pequena capela coberta de folhas de buriti, para que o público tivesse acesso permanente à relíquia. Tempos depois, em 1866, com as esmolas dos fiéis, foi possível erguer uma capela maior e encomendar ao escultor Veiga Valle a imagem da Santíssima Trindade. O crescente fluxo de romeiros justificou a construção de uma nova Igreja. Em 1911, um dia após a festa, iniciaram as obras no edifício, que foi reinaugurado no ano seguinte, durante a romaria. É este último templo, também conhecido como Santuário Velho, objeto do processo de tombamento.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural
O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

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