Museu da Inconfidência recebe exposição sobre Roberto Burle Marx

publicada em 20 de abril de 2013, às 12h53

 

Está aberta à visitação até do dia 26 de maio, no Museu da Inconfidência em Ouro Preto (MG), a exposição A Natureza de Burle Marx, na Sala Manoel da Costa Athaide, Anexo I. A mostra traz esculturas, gravuras, pintura e desenhos que fazem parte do acervo do Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MinC) e revelam a faceta artística do paisagista Roberto Burle Marx pouco conhecida pelo grande público. A visitação à mostra é gratuita e ocorrerá de terça a domingo, das 12 às 18h, até 26 de maio.

Burle Marx (1909 – 1994) é considerado um dos melhores criadores de jardins do século XX. Foi responsável pelos projetos paisagísticos de parques e jardins públicos em diversos países. No Brasil, tem destaque seu trabalho no Parque do Flamengo (1961), e Avenida Atlântica (1970), no Rio de Janeiro; os Jardins da Pampulha (1938), na capital mineira, e o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Com grande consciência ecológica, usou em suas composições espécies constitutivas da paisagem local.

Artista múltiplo, Burle Marx, além de paisagista, era pintor, desenhista, cenógrafo, designer, escultor, gravador e cantor. Sendo grande conhecedor de botânica, tinha as plantas como sua matéria-prima. A pintura representava para ele uma espécie de renovação da sensibilidade.

O artista
Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo em 1909. Quarto filho do casal Cecília Burle e Wilhelm Marx, foi responsável pela criação de uma linguagem internacional e moderna dos jardins. Passou a residir no Rio de Janeiro em 1913, local do seu primeiro impacto com a natureza tropical. Aos nove anos, conviveu no bairro do Leme com o vizinho e futuro urbanista Lúcio Costa. A preocupação com o social, com a realidade próxima, perpassa toda a sua obra. Burle Marx sempre esteve em contato com as raízes populares da arte brasileira. As suas primeiras pinturas se aproximam da tradição indígena.

De 1928 a 1929, estudou pintura na Alemanha, onde teve influência do Modernismo europeu e de artistas como Van Gogh, Picasso, Braque, Gris, Arp, Matisse e Klee. À época, também frequentava o Jardim Botânico de Dahlem, em Berlim. Ao retornar ao Brasil em 1930, matriculou-se na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Em 1935, chegou a ser aluno de Portinari por um breve período. Trabalhou em parceria com os arquitetos Lúcio Costa e Gregori Warchavchik, dedicando-se ao paisagismo e paralelamente à pintura e ao desenho. Faleceu aos 84 anos, no dia 4 de junho de 1994, no Rio de Janeiro.

O Sítio Roberto Burle Marx
O Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx, localizado na Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, foi doado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985 pelo paisagista Roberto Burle Marx, com a intenção de preservar suas experiências, criar uma escola de paisagismo, botânica e artes em geral e transmitir o seu principal legado: fazer jardins. Burle Marx adquiriu a propriedade em 1949, junto com seu irmão Siegfried. Restaurou as construções existentes no local e trouxe sua coleção de plantas. A partir de 1973, fez de Barra de Guaratiba sua residência fixa.

Hoje, o espaço conta com mais de 3,5 mil espécies botânicas. O Museu-Casa de Burle Marx, aberto em 1999, possui 3.125 peças. O acervo é composto por objetos de arte e artesanato que Burle Marx colecionou ao longo da vida, bem como criações do paisagista.

Serviço:
Exposição A Natureza de Burle Marx
Visitação:
De terça-feira a domingo
Horário: das 12h às 18h
Local: Museu da Inconfidência
           Sala Manoel da Costa Athaide, Anexo I
           Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro.
Informações: mdinc.ascom@museus.gov.br;
                       (31) 3551-6023; 3551-4977; 3551-1121.

 

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