Exposição sobre o arquiteto Luís Saia pode ser conferida no Iphan

publicada em 11 de abril de 2013, às 14h05

 

Está aberta para visitação até o dia 28 de junho, na Sala Mário de Andrade da sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, a exposição Luís Saia: Memória e Política. A mostra integra a programação do I Seminário Trajetórias profissionais – Urbanistas e Urbanismo no Brasil, também realizada na capital federal, de 10 a 12 deste mês, coordenada pelo Grupo de Pesquisa em Urbanismo e História da Cidade da Universidade de Brasília (UnB).

A exposição foi criada pelo grupo Urbis (Grupo de Pesquisa em História da Cidade, Arquitetura e Paisagem), do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP) e concebida pelo professor Carlos Roberto Monteiro de Andrade (IAU-USP), que a coordenou em conjunto com o professor Francisco Sales Trajano Filho (IAU-USP), com o professor Paulo Roberto Masseran (Unesp/Bauru) e com o historiador Jaelson Bitran Trindade (Iphan-SP).

A proposta é apresentar a trajetória profissional, ideias, obras e realizações nos campos da história, arquitetura, urbanismo e do patrimônio cultural brasileiro de Luís Saia. Figura de extrema importância para a arquitetura e urbanismo e para a preservação do Patrimônio Cultural no Brasil, Luis Saia participou de momentos emblemáticos desta história ao lado de grandes nomes como Mário de Andrade, Dina Lèvy-Strauss, Rodrigo Melo Franco de Andrade e João Batista Vilanova Artigas. Luís Saia elaborou diversos projetos arquitetônicos, urbanísticos e planos diretores, dentre outros trabalhos e também marcou a criação do Iphan em São Paulo, onde atuou por quase 40 anos, escrevendo e executando obras de restauro.

A exposição apresenta ainda o filme Brasília: contradições de uma cidade nova, realizado em 1967 por Joaquim Pedro de Andrade e co-roteirizado por Luís Saia, junto com o crítico de cinema Jean-Claude Bernardet. A história mostra que na cidade em crescimento, ia cercando o Plano-Piloto de favelas.

Os visitantes podem também assistir ao documentário realizado em 1938 no Nordeste do Brasil por Luís Saia (enquanto chefe da Missão de Pesquisas Folclóricas), idealizado e organizado por Mário de Andrade. São 19 filmes de 16 e 35 mm que registram diversas expressões musicais populares, como bumba-meu-boi, coco, caboclinhos, maracatu, etc.

Luis Saia
O centenário do arquiteto paulista foi comemorado em 2011. Nascido na cidade de São Carlos, onde iniciou seus estudos, graduou-se em engenharia e arquitetura pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Em 1936 participou do curso de Etnografia e Folclore do Departamento de Cultura da prefeitura paulistana, quando passa a ser colaborador do Departamento de Cultura e do então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o antigo Iphan, onde substitui Mario de Andrade na Chefia do 4º Distrito, cargo que exerceu por cerca de 40 anos.

Em 1938 chefiou a Missão de Pesquisas Folclóricas do Departamento de Cultura, que percorreu os estados do norte e nordeste do Brasil, registrando o folclore musical dessas regiões e recolhendo, através de gravações, fotografias, filmes, desenhos e notações musicais, informações complementares às gravações realizadas. Luis Saia ainda realizou pesquisas e estudos etnográficos, particularmente sobre o samba rural paulista, nas cidades dos arredores de São Paulo.

No Iphan-SP foi diretamente responsável pela restauração de mais de 30 edificações, entre elas as casas do Bandeirante e do Caxingui, e pela proposição de tombamento de diversos monumentos e coleções de obras de arte, distribuídas pelos estados do sul do Brasil. Promoveu ainda duas grandes pesquisas sobre coleções de obras de arte e sobre a arquitetura do café.

Também foi coordenador de diversos cursos, como o de Especialização em Restauro de Bens Culturais e Conjuntos Arquitetônicos promovido pelo Iphan e pela Faculdade de Arquitetura da USP, em 1974. Professor Livre Docente da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, foi ainda responsável pelos Planos Diretores das cidades de Anápolis, Goiânia, São José do Rio Preto, Lins e Águas de Lindóia, além de grande número de projetos de residências, hospitais e pavilhões para exposições. Luís Saia faleceu em 15 de maio de 1975.

Veja a galeria de fotos do Lançamento da Exposição aqui.

Veja o convite aqui.

Serviço:
Exposição Luís Saia: Memória e Política
Data de abertura:
10 de abril às 19h
Visitação: de 10 de abril a 28 de junho de 20
                  De segunda à sexta-feira, de 8h às 18h
Local: Sala Mário de Andrade, Edifício-sede do Iphan - SEPS 713/913, Lote D - Brasília – DF

 

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