Roda de Capoeira é mais novo Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

publicada em 26 de novembro de 2014, às 12h50

 

A 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda aprovou, nesta quarta-feira, dia 26 de novembro, em Paris, a Roda de Capoeira, um dos símbolos do Brasil mais reconhecido internacionalmente, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Agora a Roda de Capoeira se junta ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE), e ao Círio de Nazaré (PA), já reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

"O reconhecimento da Roda de Capoeira pela Unesco é uma conquista muito importante para a cultura brasileira. A capoeira tem raízes africanas que devem ser cada vez mais valorizadas por nós. Agora, é um patrimônio a ser mais conhecido e praticado em todo o mundo", destacou a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler.

Além da delegação que representa o Brasil, com a presença da presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, e da Diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Célia Corsino, capoeiristas brasileiros também acompanharam a votação, entre eles, os mestres Cobra Mansa, Duda Pirata, Piter, Paulão Kikongo, Sabiá e a Mestra Janja. O som do atabaque e do berimbau comoveram os representantes dos países presentes à sessão.

Segundo a presidenta do Iphan, a inscrição da roda de Capoeira na lista representativa promoverá o aumento de sua visibilidade desse, mas também de outros bens culturais relacionados aos movimentos de luta contra a opressão, sobretudo aqueles pertencentes às comunidades afrodescendentes. “A roda de capoeira expressa a história de resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seu reconhecimento como patrimônio demarca a conscientização sobre o valor da herança cultural africana, que, no passado, foi reprimida e discriminada”, conclui Jurema Machado.

Originada no século XVII, em pleno período escravista, desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, além de praticada em mais de 160 países, em todos os continentes. A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan em 2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente.

A Roda
Profundamente ritualizado, o espaço da Roda reúne cantos e gestos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia, um código de ética, e revelam companheirismo e solidariedade. É na roda de capoeira que se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores tradicionais afro-brasileiros. Forma redes de sociabilidade, gera identidades comuns e laços de cooperação entre seus integrantes. É o lugar de socialização de conhecimentos e práticas; de aprender e aplicar saberes, testar limites e invenções, reverenciar os mais velhos e improvisar novos cantos e movimentos.

Metaforicamente representa a roda do mundo, a roda da vida, onde há lugar para o inesperado, onde ora se ganha ora se perde. A roda também tem a função de difundir os símbolos e valores relacionados à diáspora africana no território brasileiro. Leva a mensagem de resistência sobre o sistema escravagista.

Saiba mais sobre a candidatura da Roda de Capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade clicando aqui.

Leia mais sobre o Registro da Roda de Capoeira e do Ofício dos Mestres de Capoeira.

Veja também o vídeo sobre a capoeira produzido pelo Iphan

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