Igreja do Carmo de Olinda – PE abre as portas aos fiéis

publicada em 03 de agosto de 2012, às 14h52

 

Entre períodos de decadência, reformas e restaurações, monumento de 400 anos volta a ter seu caráter renascentista original

A primeira igreja da Ordem dos Carmelitas erguida na América Latina, reabre suas portas aos fiéis. No sábado dia 4 de agosto, Olinda, em Pernambuco, celebra a reabertura da Igreja de Nossa Senhora do Carmo do Antigo Convento de Santo Antônio do Carmo de Olinda. A solenidade de entrega das obras de restauração será às 19h30. No domingo, dia 5, às 8h, a comunidade participa da Missa de Rededicação da Igreja.

Nesses 400 anos de história, foram muitos os períodos de obras. A restauração completa – que teve início em 1995 – recebeu recursos da ordem de R$ 6 milhões do governo federal por meio do Ministério da Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em programas como o Pronac, Monumenta e PAC Cidades Históricas, além da parceria da Prefeitura de Olinda e da Ordem do Carmo. O Iphan coordena os trabalhos que devolveu à edificação de quase dois mil metros quadrados seu caráter renascentista original, com a predominância da horizontalidade, da simetria e da planta ordenada a partir de um eixo central. Volumetricamente, também guardou a simplicidade da silhueta e telhado em duas águas.

Com as intervenções, a cantaria (elementos de pedra) foi reformada tanto da área externa quanto na interna. As obras também incluíram o piso, o telhado, as paredes, que foram revestidas. A Igreja do Carmo ganhou novo sistema de hidráulica e elétrica. O altar mor e o altar do santíssimo estão prontos e adornados com tons dourados. Os entalhes em madeira se livraram dos cupins e ganharam de volta o brilho do ouro. O trabalho de recuperação da nave permitiu aos restauradores descobrirem os seus detalhes originais feitos em pedra. Na área externa, uma escada rodeando o Cruzeiro permite o acesso à colina. O templo ganhou móveis novos e a pintura também foi refeita respeitando as cores originais da construção.

A fase da prospecção arqueológica, que precisa ser feita sempre que um prédio histórico passa por obras de restauro, evidenciou os alicerces do antigo Convento e da Capela da Ordem Terceira. Além de resgatar as características históricas e arquitetônicas do prédio, a obra incluiu medidas da atualidade como a adequação à acessibilidade. Agora, cadeirantes terão uma rampa de acesso que vai do estacionamento localizado no Parque do Carmo até a Igreja, além de banheiros adequados para portadores de necessidades especiais.

A resistência do monumento em 400 anos de história
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo do Antigo Convento de Santo Antônio do Carmo de Olinda é tombada pelo Iphan desde 1938. A Ordem dos Carmelitas se instalou em Olinda, na ermida de Santo Antônio e São Gonçalo, por volta de 1580 quando teve início a construção da igreja. Quando Olinda foi destruída pelos holandeses, em novembro 1631, a igreja e o convento sofreram sérios danos. A partir de 1654, com a expulsão dos invasores, os frades voltaram ao convento em ruínas e deram início à reconstrução. Em 1704, começaram as obras internas e foi erguido o cruzeiro na frente do templo. A torre do lado sul foi concluída em 1726.

A igreja foi fechada em 1820 com a transferência do padre prior para Recife, o que provocou o abandono do convento. Outro grande golpe veio em meados do século XIX quando as fachadas Leste e Norte do convento ruíram, abrindo espaço para a ação de vândalos e saqueadores. Foi em 1897 que o frei Mariano do Monte Carmelo Gordon fez obras de restauração na capela-mor e mandou camarim com suas arcadas, pilastras e abóbada e nos anos de 1966 e 1968, foram realizados restauros já pelo Iphan (na época, SPHAN), que devolveram à igreja seu traçado primitivo.

Convite para a solenidade de entrega das obras aqui.
Convite para a missa de reinauguração aqui.

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Assessoria de Comunicação Iphan
comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
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