Quilombo indígena em Pernambuco mostra sua cultura ao mundo

publicada em 24 de agosto de 2015, às 14h25

Para chegar ao quilombo indígena de Tiririca dos Crioulos é preciso saber que está no sertão de Pernambuco, na Serra do Arapuá, município de Carnaubeira da Penha. Por ser tão afastdo dos centros urbanos, muito de seus moradores, que são cerca de 200, acreditavam estar no buraco do mundo. Mas essa concepção pejorativa se modificou quando passaram a reconhecer sua rica cultura, por meio do projeto Do Buraco ao Mundo: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo indígena, ação vencedora da 28ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (PRMFA), promovido pelo Insitituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Nesta iniciativa não se pode identificar apenas um proponente, uma vez que a comunidade inteira é realizadora. A ideia nasceu de um projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com alunos que começaram a atuar na comunidade com a coleta de referências culturais. O diferencial foi uma busca participativa, sem a separação entre o grupo dos pesquisadores e o grupo da comunidade pesquisada. Segundo a apresentação da iniciativa “devido as suas articulações e a (re) valorização do seu patrimônio, os tiririqueiros querem sair do buraco e conquistar um mundo de possibilidades”. 

O projeto consiste na elaboração de um inventário participativo, pois de acordo com um dos coordenadores, Nivaldo Neto, “somente a própria coletividade possui legitimidade suficiente para afirmar aquilo que pertence (ou não) a sua história”. O inventário proporciona a pesquisa, coleta e organização de informações, com um olhar voltado aos espaços da vida, buscando identificar as referências culturais que formam o patrimônio cultural do local, pelo qual o grupo se vê e quer ser reconhecido. Dessa maneira, Do Buraco ao Mundo estimula os moradores a construírem suas próprias narrativas de vida, fazendo valer seu direito à memória. A ideia é a sistematização de textos, e o registro em fotos e vídeos do conhecimento tradicional de parteiras, rezadores, caçadores e artesãs locais. Para efetivar essa coleta e dar vasão a esse conhecimento, são realizadas oficinas de formação em história e patrimônio, de produção textual e artística, contribuindo para a formação social e, também, para a formação de professores que atuam nos quilombos. Nesse processo, utilizando o conceito de educação patrimonial é a própria comunidade que indica os nomes daqueles que seriam entrevistados para a coleta dos bens culturais. 

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