Tem na Reserva Técnica do Iphan-ES: Arqueologia Amazônica e o Acervo do Pronapaba
Na Amazônia, as primeiras pesquisas arqueológicas sistemáticas foram realizadas pelos arqueólogos Betty Meggers e Clifford Evans, com financiamento do Smithsonian Institution de Washington e apoio do Museu Paraense Emílio Goeldi. Entre 1948 e 1949, eles estudaram a região da foz do rio Amazonas, que engloba o Estado do Amapá e a Ilha de Marajó. Como resultado dessas pesquisas, foram definidas as primeiras culturas arqueológicas da Amazônia e uma cronologia relativa à ocupação pré-colonial da região.
Embora tais investigações tenham fornecido uma primeira síntese para a ocupação humana na foz do Amazonas, as demais regiões da Floresta Amazônica permaneciam desconhecidas sob o ponto de vista arqueológico. Para atender à demanda por pesquisas arqueológicas, nesse bioma, foi desenvolvido o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas na Bacia Amazônica (Pronapaba), com o objetivo de fornecer dados de regiões pouco pesquisadas da Amazônia.
Idealizado pelo arqueólogo Mário Simões, do Museu Paraense Emílio Goeldi, o Pronapaba obteve financiamento por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Smithsonian Institution, com sede em Washington, DC (EUA) devido à co-coordenação de Clifford Evans e Betty Meggers.Para desenvolver os trabalhos, a Região Amazônica foi dividida entre aqueles arqueólogos que haviam participado, anteriormnte, de um programa de pesquisas semelhante no restante do Brasil, o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas (Pronapa).
Ao arqueólogo e professor Celso Perota coube as investigações na bacia dos rios Xingu e Tapajós, que contou com o apoio institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Entre 1977 e 1990, Perota e sua equipe realizaram cinco campanhas de pesquisa, que resultaram no registro e escavação de mais de 80 sítios arqueológicos, situados na bacia dos rios Tapajós, Xingu e Purus. A coleção arqueológica esteve sob a guarda da Ufes até o início dos anos 2000, quando foi transferida para a Reserva Técnica do Iphan-ES.