Monumentos e Espaços Públicos Tombados - Rio de Contas (BA)

Casa de Câmara e Cadeia (conhecida como a mais temida prisão do sertão baiano); casas à Rua Barão de Macaúbas nºs 11 e 19; ruínas da Igreja de Santana (construída por escravos durante a segunda metade do século XIX); Orquestra Filarmônica Lira dos Artistas (casa que pertenceu ao Coronel Carlos Souto - exemplo máximo da arquitetura da época do ouro); Mercado Público Municipal, Clube Rio-Contense (local onde eram realizadas festas somente para os brancos); e a Casa de Fundição (onde o ouro era derretido e transformado em barras, atual  sede da Prefeitura Municipal); e Igreja e Cemitério de São Sebastião, entre outros.

Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento - Construída na segunda metade do século XVIII para ser a Igreja Matriz da Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento e Minas do Rio de Contas, e considerada o mais relevante exemplar da arquitetura religiosa do sertão baiano, com uma forte influência barroca. Projetada para ter corredores laterais superpostos por galerias de tribunas, entretanto as tribunas entaipadas, os alicerces e pedras de amarração indicam que o edifício não chegou a ser concluído. Apresenta planta semelhante a um "T" que se desenvolve em nave única com coro, capela-mor com duas sacristias justapostas e uma torre. Sua volumetria distingue-se pelo jogo de alturas dos telhados e tratamento das superfícies, emolduradas por cunhais. No seu interior, destacam-se a carpintaria das sanefas, guarda-corpos do coro, tribuna e escada do púlpito, entre outros elementos. O forro da capela-mor apresenta pintura ilusionista, de inspiração italiana. O IPHAN realizou obras de restauro nos seus bens artísticos (móveis e integrados). Durante o trabalho, foi descoberto um inusitado nicho barroco, em chinoiserie, um estilo popular nos séculos XVI e XVII, com forte influência oriental, de Goa (Índia) ou Macau (China), territórios ocupados pelos portugueses.

Teatro São Carlos - Um dos três mais antigos do Brasil e o mais antigo do interior baiano. Inaugurado em 1892, foi palco de inúmeras apresentações de grupos locais e de produções vindas de outras partes do Brasil. Funciona, atualmente, como um espaço onde ocorrem ações e atividades educacionais e culturais. 

Casa à Rua Barão de Macaúbas - Por suas características arquitetônicas - vivenda e loja - presume-se que seja de meados do século XIX, tipo comum na vertente oriental da Chapada Diamantina e Serra Geral durante o período diamantífero. A casa, com estrutura autoportante de alvenaria e adobes, desenvolve-se em planta praticamente quadrada, com um anexo para serviços nos fundos. Um trecho da casa era destinado à loja, com entrada independente e salas para depósito, o outro destinava-se à residência, onde estão os salões de uso social e familiar na frente e nos fundos, separados por quartos e alcovas, ao longo de um corredor central. Destacam-se os baixos relevos em estuque e em forma de folhas, que conferem ao edifício certa singularidade. 

Casa de Câmara e Cadeia (Paço Municipal de Rio de Contas) - Atual Fórum Barão de Macaúbas. É uma construção de meados do século XVIII ou início do século XIX, exemplo tardio de Casa de Câmara e Cadeia, com dois pavimentos recobertos por telhado de quatro águas, desenvolvendo-se em planta retangular com cômodos intercomunicantes. Funcionava no térreo, a Cadeia, Casa do Carcereiro e a Audiência. Situada entre duas praças, destaca-se pela sua volumetria e implantação, e apresenta como particularidade o sino-do-povo, instalado na ombreira de uma das janelas do segundo pavimento. 

Casa natal do Barão de Macaúbas (Casa natal de Abílio César Borges) - Atual Escritório Técnico do IPHAN e Arquivo Municipal de Rio de Contas. Tombada, principalmente, por seu valor histórico, por ser a casa natal do Barão de Macaúbas, grande educador brasileiro. Construída provavelmente nos primeiros anos do século XX, é um exemplar típico das residências diamantíferas, sendo de uso misto (residencial e comercial). O acesso principal, situado no eixo da fachada, liga-se a um corredor central que distingue as duas funções da casa, cuja área residencial distribui-se ao longo da circulação com anexo de serviços, nos fundos, contíguo a um pátio. 

Igreja de Santana (ruínas) - Datada da primeira metade do século XVIII, localiza-se no antigo largo do mesmo nome (atual Praça Duque de Caxias), recuada em relação às edificações vizinhas e precedida por um adro (espaço externo) que se articula com sua nave por ampla escadaria. Em alvenaria de pedra, nunca chegou a ser concluída e suas obras foram paralisadas, em torno de 1850, devido ao êxodo da população local para outra região mineira. Possui três naves e capela-mor que se comunica com as sacristias que lhe são justapostas, através de arcos. No fundo da capela-mor, janelas altas lhe conferem uma característica especial. Naves laterais e torres não ultrapassam o nível do térreo e, ao que tudo indica, seriam as primeiras recobertas por galerias. Seu frontispício apresenta três portas de acesso em arco pleno, superpostos por janelas rasgadas de igual número, e os muros em alvenaria de pedra não são rebocados, exceção feita ao frontão e trecho superior da fachada.

Fontes: Arquivo Noronha Santos/iphan, Sítios Históricos e Conjuntos Urbanos de Monumentos Nacionais - Volume I: Norte, Nordeste e Centro-Oeste (Iphan/Programa Monumenta), Inventário Nacional de Bens Imóveis/Sítios Urbanos Tombados - Manual de Preenchimento – Volume 82 (Iphan/Edições do Senado Federal), e IBGE

 

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