História - Icó (CE)

No início do século XVIII, as tribos indígenas que habitavam a região se opuseram tenazmente aos colonizadores. Entre as serras do Pereiro e os vastos sertões do Cedro, o capitão-mor Gabriel da Silva Lago mandou erguer uma paliçada de defesa e proteção dos moradores da ribeira do rio Salgado contra as investidas dos índios. Neste local, surgiu um arraial, a atual Icó. Após lutas sangrentas entre sesmeiros, colonizadores e indígenas, o padre João de Matos Serra, prefeito das Missões, obteve a pacificação.

Com o fim das lutas, o Arraial da Ribeira dos Icós floresceu e se desenvolveu nos arredores da Capela de Nossa Senhora da Expectação. O povoamento e o desenvolvimento da região coube às famílias Monte e Feitosa, que desfrutavam de grande prestígio e dominavam vastas áreas do território. Em 1736, o arraial foi elevado à categoria de vila com a denominação de Arraial da Ribeira dos Icós.

O arraial se transformou na Vila do Icó, localizada na área mais dinâmica da Capitania do Ceará, em ponto estratégico do cruzamento de duas importantes vias de comunicação colonial: a Estrada Geral do Jaguaripe ligava o Ceará a Pernambuco (Porto de Aracaty-Icó-Cariri) e a Estrada das Boiadas ou dos Inhamus (ligação do Ceará com o Piauí e a Paraíba). Também convergia para Icó, a Estrada Nova das Boiadas que partia de Sobral e atravessava o sertão central do Ceará.

Em meados do século XVIII, a Capela de Nossa Senhora do Ó (padroeira do povoado) foi erguida por Francisco Monte, período em que a vila alcançou um grande desenvolvimento econômico propiciado pela criação de gado, em todo o Nordeste. A vila funcionava como um ativo centro de comercialização do gado em pé pela sua posição de polo coletor e distribuidor no sertão. Fruto desta prosperidade é o conjunto de sobrados construídos no núcleo histórico.  No século XIX, como um dos centros comerciais e culturais mais importantes do Ceará, a vila foi elevada à condição de cidade, em 1842.

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