História - Alcântara (MA)

Não se pode precisar a data de fundação de Alcântara, mas o certo é que em 1612 havia um aglomerado de aldeias das quais ela fazia parte com o nome de Tapuitapera (terra dos índios). Com a vinda da expedição de Daniel de La Touche, senhor de La Lavadière, e a constante infiltração de franceses nas tribos indígenas, estabeleceram-se relações amistosas entre índios e franceses.  Estes últimos, construíram uma capela no local.

Após a expulsão dos franceses, firmou-se o domínio português, e a importância da aldeia não foi diminuída. Entre 1616 e 1618, começou a colonização portuguesa no local com um pequeno presídio que os índios destruíram, anos depois. Toda a área - inclusive os índios que ali viviam - passou a pertencer a Matias de Albuquerque. No local, foi instalada uma guarnição destruída durante uma revolta indígena e, em 1621, devido à importância econômica e estratégica da região maranhense, a Coroa Portuguesa criou o Estado Colonial do Maranhão, composto pelas capitanias independentes do Maranhão e Grão-Pará. 

Com a subdivisão das capitanias do Maranhão e do Grão-Pará, Tapuitapera passou à condição de cabeça da capitania de Cumã, doada pelo primeiro governador do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, ao seu irmão Antônio Coelho de Carvalho, em 1624. Em 1641, durante a invasão holandesa, a aldeia foi abandonada após breve período de ocupação e, em 1648, a aldeia foi elevada à categoria de vila, com o nome de Alcântara. 

A essa época já existia uma igreja de pedra e cal dedicada a São Bartolomeu e os primeiros engenhos estavam instalados na região. Alcântara prosperou progressivamente em todos os setores e se tornou o maior centro produtor do Maranhão, onde havia as grandes fortunas da época construídas devido ao número elevado de escravos. No final do século XVII, rivalizava com São Luís, sede do Estado, tendo mantido seu predomínio do século XVIII até meados do século XIX, período em que a economia maranhense se baseava no algodão. 

A região exerceu, também, função de entreposto comercial de produtos estrangeiros ou de outras regiões do país destinados ao interior do Maranhão. A influência europeia era trazida do exterior pelos filhos dos proprietários das plantações de algodão, que iam estudar, sobretudo, em Coimbra (Portugal). A vila só dispunha de escolas de primeiras letras, e essa prática prolongou-se por muitos anos. Contribuía para isso o número elevado de famílias constituídas por colonos portugueses ali radicados, em maioria de origem fidalga. Mais tarde, com a criação do curso jurídico no Brasil, Olinda (em Pernambuco) substituiu Coimbra. 

Durante os últimos anos do século XVIII, a cidade contava com uma população de 400 habitantes, atendidos por uma Casa de Misericórdia, ao passo que São Luís, sede do Estado, possuía pouco mais de 1000 moradores. Em 1836, foi elevada à categoria de cidade, fase em que atingiu o apogeu de sua grandeza. Com o passar do tempo, a economia alcantarense adquiriu tamanho desenvolvimento que a nobreza da região chegou a rivalizar com a de São Luís.

Gradativamente, porém, Alcântara perdeu importância na produção maranhense, refletindo-se a redução das atividades econômicas em sua vida social com a queda acentuada pela Abolição da Escravatura e o povoamento de outras regiões do Maranhão. Daí em diante, a cidade entrou em um processo de declínio irreversível. Entretanto, a grandeza do passado ficou impressa no valioso e belo conjunto arquitetônico do século XVIII, no qual se sobressaem as sacadas de ferro e as paredes de pedra espalhadas pela cidade.

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