Monumentos e Espaços Públicos Tombados - São Luís (MA)
Palácio dos Leões, a Catedral (antiga Igreja dos Jesuítas), Convento das Mercês, Igreja e Convento do Carmo, Teatro Artur Azevedo, Casa das Minas, Casa das Tulhas e a Fábrica de Cânhamo, entre outros.
Sambaqui do Pindai (Sítio de Santo Antônio das Alegrias: ruínas) - Situado entre os quilômetros 22 e 23 da estrada de rodagem de São Luís a Ribamar. É uma jazida de grande importância por ser uma das primeiras do gênero na região, de fácil acesso, extensão, espessura e abundância de vestígios dos índios extintos. Em 1927, foram encontrados fragmentos de cerâmica que se encontram expostos no Museu Nacional.
Sítio do Físico: ruínas - Sua construção data de fins do século XVIII e início do XIX, à margem direita do rio Bacanga. As ruínas encontram-se entre os mais preciosos sítios arqueológicos do Brasil. Em 1976, foi divulgado o Relatório de Pesquisa Arqueológica-Histórica e História sobre o Sítio Santo Antônio da Alegria (Sítio do Físico) propriedade do físico-mor da então Capitania Geral do Maranhão, Antônio José da Silva Pereira. O local abrigou a primeira indústria da região que beneficiava couro e arroz, e ainda fabricava cera e cal. Após a morte do físico em 1817, passou a fabricar fogos de artifícios. Faziam parte do conjunto, além da residência do físico, curtume, fornos, conjunto de tanques, poços, armazéns, cais, laboratório, rampas, telheiros e canalizações com caixa de distribuição para os tanques. O relatório revelou vários padrões de azulejos, do período pombalino.
Casa à Rua Colares Moreira, 84 - Atual Academia Maranhense de Letras. Sua construção foi iniciada em 1873 e concluída em 1874 para servir de escola. Foi sede da Biblioteca Pública e, em 1949, o governador Sebastião Archer da Silva doou o prédio à Academia Maranhense de Letras. De linhas neoclássicas, o prédio é um documento de como o neoclassicismo do século XIX, além de prédio de grande porte e importância, atingiu até prédios de categoria relativamente modesta, como essa antiga escola.
Fábrica Santa Amélia (Cotonifício Cândido Ribeiro) - Atual Universidade Federal do Maranhão. O prédio onde funcionou a fábrica abrigou, primeiramente, a fábrica da Companhia de Lanifícios Maranhense, instalada em 1892. Com a falência desta, a fábrica e o maquinário foram arrematados em leilão, por Cândido José Ribeiro, em 1902 e, somado à Fábrica São Luís, passou a constituir o Cotonifício Cândido Ribeiro. Funcionou por 64 anos, até 1966, tendo grande importância no processo de industrialização do Maranhão, iniciado em meados do século XIX. Seu espaço foi ampliado com a construção de dois acréscimos laterais térreos, de estrutura metálica modulada, importada da Inglaterra. Possui dois pavimentos e mirante revestidos de azulejos portugueses. Próxima à porta principal, se encontra notável escada de metal helicoidal, de origem inglesa. O edifício conserva sua estrutura espacial muito próxima das condições originais, não apresentando problemas de ordem estrutural e descaracterizações importantes.
Fortaleza de Santo Antônio: remanescentes - Atual Corpo de Bombeiros do Maranhão. Erguida em fins do século XVII, na faixa de terra próxima ao canal de entrada da barra do porto de São Luís, na antiga Ponta de João Dias. Construída em caráter temporário, suas obras foram são retomadas em 1691, mas, sem mão de obra e material adequados, em 1755 estava em ruínas. Em 1824, o tenente de artilharia Manuel Joaquim Gomes liderou revolta contra o presidente da Província do Maranhão, formou um pequeno governo denominado “Junta Temporária" e se instalou na fortificação. O motim durou pouco, sendo logo abafado pelos fogos dos fortes de São Luís e São Marcos. Em 1870, encontrava-se cercado por uma muralha de pedra, com terrapleno calçado de pedra e plataforma de lajes de Portugal.
Praça João Francisco Lisboa (Largo do Carmo) - Ligada a fatos históricos importantes como a batalha entre holandeses e portugueses, local da primeira feira ou mercado da cidade, do primeiro abrigo público, e do pelourinho destruído após a Proclamação da República. No largo realizava-se a Festa de Santa Filomena, acontecimento de grande importância na vida da cidade. Em 1901, recebeu a denominação de Praça João Lisboa em homenagem ao escritor e jornalista maranhense João Lisboa que ali residiu. Em 1918, ele foi homenageado com uma estátua de autoria de Jean Magrou. O largo sofreu inúmeras reformas e recebeu a denominação de Largo do Carmo devido ao Convento e Igreja Nossa Sra. de Monte Carmelo.
Retábulo da Igreja Nossa Senhora da Vitória (Retábulo da Catedral da Sé) - Por volta de 1690, a Companhia de Jesus iniciou as obras da nova Igreja de Nossa Senhora da Luz, conforme desenho feito pelo padre Felipe Bertendorf e aprovado por Roma. A igreja foi edificada com mão de obra indígena, ajudada pelos moradores que forneceram os meios de transporte para o material. O retábulo do altar mor, do último quartel do século XVIII, seguiu também o desenho do padre Bertendorf, tendo sido executado pelo entalhador português Manuel Mansos, auxiliado por entalhadores maranhenses ligados à Companhia de Jesus. Resultou desta singular parceria um dos mais belos trabalhos de talha de todo o país. É um tesouro da arte barroca brasileira representando a melhor talha hoje existente em São Luís. Após o banimento e proscrição dos padres jesuítas, em 1759 e 1760, seus bens foram destinados ao Paço Episcopal e Catedral com a invocação de Nossa Senhora da Vitória. Restaurado pelo IPHAN, de 1993 a 1996, recuperou o esplendor do ouro encoberto por pintura azul e branca que refletem um simbolismo litúrgico muito frequente no barroco luso-espanhol.
Capela de São José da Quinta das Laranjeiras (Capela das Laranjeiras) - Originalmente, a capela integrava a Quinta das Laranjeiras, situada no final da Rua Grande, cujo primeiro proprietário, o português José Gonçalves da Silva, foi o maior comerciante do Maranhão, durante o período colonial. Na quinta havia um oratório privado na casa-grande e, em 1811, o comerciante construiu uma capela pública, com entrada pela rua, autorizada pelo bispo D. Luís de Brito Homem. É um belíssimo exemplar da arquitetura religiosa predominante no Maranhão no século XIX, justamente a época de maior opulência econômica do Estado. A decoração interna revela um conjunto harmônico que possui características neoclássicas e guarda, ainda, elementos do momento artístico anterior, o rococó. Trata-se também, da única edificação religiosa de São Luís que possui o copiar, uma área avarandada que servia como espaço de transição entre o interior (sagrado) e o exterior (profano) dos templos.
Casas à Avenida Pedro II - A Avenida Pedro II, antiga Avenida Maranhense, é considerada um dos principais locais históricos de São Luís. Aí estão localizados o Palácio dos Leões, o Palácio do Arcebispo e o prédio do Tribunal de Justiça Estadual. Os sobrados nº 199 e 205, construídos no século XVIII, formam um conjunto único representativo da arquitetura portuguesa no Maranhão, com seus vestíbulos pavimentados com seixos rolados e lioz, seus arcos interiores, sacadas, varandas e o mirante tão marcante nos sobrados maranhenses.
Fonte das Pedras - Construída pelos holandeses no século XVII e modificada em 1832, pelo engenheiro maranhense José Joaquim Lopes, apresenta fachada em estilo colonial português. A fonte está ligada a dois fatos históricos maranhenses: a expulsão dos franceses, em 31 de outubro de 1615, pelo comandante português Jerônimo de Albuquerque e suas tropas que ali acamparam antes de expulsar os invasores chefiados por La Ravardière; e a invasão holandesa, em 1641, ocasião em que suas águas foram canalizadas pelos holandeses. A reconstrução da Fonte das Pedras com as características que até hoje conserva - frontão de alvenaria, calçamento, galerias subterrâneas, bicas e carrancas em lioz português - deu-se no período de 1819-1822, durante o governo de Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca.
Fonte do Ribeirão - Localizada no antigo Sítio do Ribeirão, bairro popular, famosa pelas vendedoras de peixe frito com farinha d'água, data do ano 1796. Mandada construir pelo tenente-coronel Dom Fernando Antônio de Noronha, português, do Conselho de Sua Majestade, que governou o Maranhão entre 1792-1798, diante da necessidade de saneamento e melhoria do serviço de abastecimento de água à população. Conta-se que suas largas galerias seriam túneis que ligavam as igrejas locais e faziam parte de labirinto escavado pelos jesuítas, para contrabando de escravos.
Largo do Desterro - O bairro do Desterro foi cenário dos primeiros momentos da ocupação portuguesa em São Luís. Apesar de localizar-se no extremo oposto da cidadela fundada pelos franceses (cercada por muros), aparece sinalizado na primeira planta da cidade, datada de 1642, como uma extensão do setor urbano e ligado a este pela rua da Palma e outros dois arruamentos. Observa-se a presença de uma rua que desemboca no mar, deixando clara a finalidade portuária na área, e da igreja tendo como padroeira Nossa Senhora do Desterro, invocação muito comum entre os portugueses que vinham para as colônias. Após sucessivas reconstruções, a igreja passou a ter São José do Desterro como padroeiro.
Palacete Gentil Braga (Sobrado do Canto da Viração, Prédio à Rua Oswaldo Cruz) - Atual Universidade Federal do Maranhão, onde funciona a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis e o Departamento de Assuntos Culturais. O edifício foi construído em 1820, com características coloniais e influências diversas que resultaram no seu ecletismo. Na fachada externa os vãos tem arcos em linha gótica. As bandeiras destes vãos denotam uma influência barroca, com um belo trabalho em madeira e vidro, formando vitral. As paredes, entretanto, traduzem bem a linha colonial portuguesa. Foi residência do escritor Gentil Braga e do primeiro vice-cônsul inglês no Maranhão, John Heskett.
Portão da Quinta das Laranjeiras - Atual Colégio Maranhense – Marista. Era o portão da entrada principal da Quinta das Laranjeiras ou Quinta do Barão de Bajé, uma das mais famosas e bonitas propriedades de São Luís do século XIX. Construída pelo comendador Luiz José Gonçalves da Silva, era um morgadio formado por uma casa de moradia (em estilo colonial), capela, senzala e alojamento de trabalhadores. Representa uma burguesia extinta, onde aparece acima do pórtico um brasão em cantaria contendo as armas do Comendador Gonçalves da Silva, encimado por elmo. A quinta passou por vários proprietários, até que, em 1938, foi adquirida pela Arquidiocese do Maranhão, que a vendeu aos irmãos Maristas, para a construção do colégio.
Praça Benedito Leite (Largo do João Velho, Praça da Assembleia, Jardim Público 13 de maio) - Em 1804, Portugal ordenou a execução de um jardim botânico nesse local. A obra foi suspensa logo no início devido à necessidade de reforços nas fortificações da Província por temer ataques da França, que se encontrava em guerra com Portugal. Em 1820, o governador da Província, Bernardo Pinto da Silveira, transformou o velho largo em um jardim. Durante o governo de Benedito Leite, em 1906, o engenheiro Anísio Palhano de Jesus desenvolveu um projeto de paisagismo, no qual constava a plantação de figueiras de Benjamin, compondo 12 espaços destinados ao Panteon Maranhense. Após a morte do governador Benedito Leite, uma estátua em sua memória - executada em Paris pelo escultor francês François Emile Decarchemont - foi inaugurada em 1912.
Praça Gonçalves Dias: conjunto arquitetônico e paisagístico (Largo dos Amores, Largo de Nossa Senhora dos Remédios) - A Praça Gonçalves Dias, ou Largo dos Remédios, com o seu conjunto arquitetônico e paisagístico, surgiu em função da igreja de mesmo nome que foi responsável, no início do século XVIII, pela primeira urbanização daquela área, primitivamente chamada de Ponta do Romeu. O monumento em homenagem ao poeta Gonçalves Dias, construído com verbas de uma subscrição pública, foi inaugurado em 1873. Local de grande interesse paisagístico pela ampla vista sobre o rio Anil, reúne um imponente conjunto arquitetônico.
Fontes: Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE