História - Areia (PB)
No processo de povoamento do interior da Paraíba, Areia se originou de um ponto estratégico de parada e abrigo dos tropeiros que vinham do sertão em direção ao litoral para a comercialização dos seus produtos. A partir do final do século XVII e início do século XVIII, surgiu o povoado inicialmente denominado Sertão do Buxaxá (“terra onde canta a cigarra”). Buxaxás eram os índios que, primitivamente, habitavam a região.
Por essa época, no local onde hoje se ergue a cidade, um português construiu um albergue à margem do cruzamento de estradas muito frequentadas pelos viajantes e tropeiros que, procedentes do alto sertão paraibano ou de Pernambuco, seguiam para outras vilas da região. O colono, pela amizade que fez com os nativos, recebeu a alcunha de Buxaxá. O movimento pelo local atraiu habitantes, formando-se ali, em pouco tempo, próspera povoação, que passou a chamar-se Brejo de Areia, em virtude de correr nas imediações o riacho de nome Areia.
Distrito criado com a denominação de Brejo d`Areia, em 1813, subordinado a Vila de Monte-Mor. O município surgiu desmembrado da Vila de Monte-Mor (atual Mamanguape), em 1815, e o povoado foi elevado à categoria de vila, em 1815. Em 1846, passou à condição de cidade e sede municipal com o nome de Areia, que é lembrada, também, pela participação de seus habitantes em importantes movimentos políticos do século XIX.
A população aderiu ao movimento libertador de Pernambuco e participou das revoluções Confederação do Equador (1817) e Revolução Praieira (1848). Durante a Confederação partiram de Areia (que foi sede temporária da Província) as tropas do sargento-mor Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, que combateram as forças legais. A estes homens se incorporaram os remanescentes dos batalhões de Pais de Carvalho e marcharam até o Ceará, onde foram aniquilados. Em fevereiro de 1849 travou-se, em Areia, o último combate da Revolução Praieira.
Os rebeldes, depois do malogrado ataque ao Recife, invadiram a Paraíba e se refugiaram em Areia, onde receberam auxílio do juiz municipal Maximiano Lopes Machado e do coronel Joaquim dos Santos Leal. Entrincheiraram-se na cidade e sustentaram seis horas de combate, que terminou em fuga e dispersão pelo interior. Na cidade, a campanha abolicionista foi das mais intensas, destacando-se a Mocidade Emancipadora Areiense, à frente da qual se encontrava Manuel da Silva. Os areienses libertaram o último escravo em 3 de maio de 1888, dez dias antes da proclamação da Lei Áurea.